quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Retrospectivas



Para o Brasil e para o mundo 2009 foi...
O ano em que o STF decidiu que para ser jornalista não precisa ter diploma.
O ano de Barack Obama, o príncipe negro que ganhou o prêmio Nobel da PAZ e que veio ao Brasil e declarou: “Lula é o cara”.
O ano das crises financeiras, da queda da bolsa de Nova York e do índice Dow Jones, ano do IPI reduzido para veículos novos e depois para a linha branca.
O ano que caiu um Boeing da Airfrance e vitimou 58 passageiros Brasileiros do vôo 447.
Ano em que uma Brasileira envergonhou o mundo simulando um ataque de ‘skinheads’ na Suíça.
Ano da morte de Clodovil, Farrah Fawcett, Lombardi e Michael Jackson.
O ano em que Adriano, ‘O Imperador’, voltou ao futebol do Rio.
Ano em que Max foi o vencedor do BBB 9.
O ano em que a ministra Dilma Rousseff anunciou ser vítima de um câncer linfático e passou a usar perucas.
O ano em que o cineasta Roman Polanski foi preso por pedofilia.
O ano da gripe suína.
Ano em que as provas do ENEM foram roubadas.
Ano em que Romário foi preso e Dado Dolabella também.
O ano dos bebês de Ivete Sangalo e Gisele Bündchen.
Ano do Flamengo hexacampeão Brasileiro e da seleção Brasileira campeã da Copa das Confederações.
O ano em que numa ação, promovida pelo WWF, 88 cidades do mundo apagaram as luzes em protesto contra o aquecimento global.
Ano de shows da Madonna no Brasil e do Iron Maiden em Brasília.
O ano em que o Rio de Janeiro e o Brasil ganharam a candidatura à Sede das olimpíadas de 2016.
Ano que encontraram agulhas no corpo de uma criança e dinheiro escondido nas meias de um parlamentar.
Ano que caiu a mascara do governador da Paraíba e de Brasília.
O ano do pré-sal.
O ano de César Cielo, do dopping de Daiane dos Santos e da mola do carro de Rubinho no capacete do Massa.

Para a astrologia 2009 foi...
O ano regido pelo sol.
Ano protegido pelo anjo Raziel.
Ano colorido de laranja, amarelo e dourado.
O ano do boi para os chineses.
Ano que começou numa quinta-feira e acabou numa quinta-feira.
Ano do número 2.
Ano da astronomia.

Para mim 2009 foi...
Um ano que definitivamente percebi que ninguém nasce sabendo nada, mas a vida traz quem te ensine e que aprender é opcional.
Ano de entender que existem escolhas a serem feitas e que optar pelo correto nem sempre nos satisfaz plenamente, mas é o que tem que ser feito.
Ano que me ensinou que levar tapas na cara é mais normal do que se pensa, mas que deixar que eles te derrubem é fraqueza. E que aprendi que se cair, devo me fortalecer pois sempre haverá alguém a sua espera aqui em cima.
Um ano em que descobri que algumas pessoas bem próximas a mim usavam máscaras, mas elas caíram e aí veio o desafio de voltar a acreditar no ser - humano e nas coisas que dizem.
Ano de fazer novos amigos, de reatar antigas relações e de reencontrar afetos.
Ano que vi que posso viver sem ter um grande amor, mas que ele existe só ainda não chegou a hora de se revelar, mas que sempre tem alguém que nos ama.
Um ano com percas irreparáveis, que abriram um buraco em minh’alma.
Ano de despedidas sem adeus, sem um último beijo...
Ano que me olhei no espelho da vida e tive um monte de respostas que há muito eu vivia procurando.
Ano de entender meus motivos, aceitar meus limites, meus medos e inseguranças.
Ano que desejei muitas e muitas vezes não ser como fui, mas que entendi que sempre fui o melhor que pude.
Um ano que vi que as mãos que me agarraram com força na hora do naufrágio nem sempre eram as mesmas que me convidavam para as festas.
Ano que compreendi o sentido de frases antigas, como: “Você faz uma festa sem ter R$1,00, mas não sem amigos.” “Melhor ter amigos do que ter dinheiro.” “Você pode ter conhecidos para lotar o Maracanã, mas os amigos verdadeiros você conta nos dedos das mãos.”
Um ano em que vou guardar comigo cada lembrança, cada momento, cada dor, cada decepção, cada pedra jogada. Mas guardo também cada sorriso sincero, cada abraço generoso, cada palavra de conforto, cada flor que me doaram enquanto eu trilhava meu caminho e toda torcida dos que me amam de verdade.
Ano em que muitas vezes houve vontade de desistir.
Ano em que senti que o desamparo era minha maior companhia.
Ano que declarei luto sem haver morte física alguma.
Ano que chorei sozinha na hora do banho na esperança que minhas dores fossem junto com a água pelo ralo.
Ano em que me usaram (litrealmente) e abusaram da minha boa vontade e generosidade.
Ano em que ganhei presentes que eram para outros e que zombaram de mim pelas costas.
Um ano que eu parei e pensei: “Isso simplesmente não poderia ter acontecido!”
Ah, foi o ano em que o Thi saiu da LC e que o Tchesco voltou.
Ano em que a Carol operou o pé esquerdo exatamente um ano após operar o direito.
Ano que o Léo ficou noivo da Dri e que eu me tornei madrinha oficial dessa união.
O ano do nascimento de João Miguel, Júlia Gabriela, Martina e Pietro.
Ano em que seu Joaquim completou 90 anos.
Ano que minha tia Marlise se aposentou e minha tia Jacqueline foi ao Japão matar saudades do Thiago e da Elizangela.
Ano em que eu e meu irmão fomos padrinhos de casamento da Daiane e do Rafael.
Ano dos casamentos da Vivi e do Marcio e do Brunno e da Camila.
Foi o ano que passei o carnaval nas praias do Nordeste, que conheci as dunas de Genipabu e a casa do Rapha em João Pessoa.
2009 foi o ano da minha FÊNIX...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal.....

Texto do ano passado, mas com um significado importante por muitos Natais!




Fica meu desejo de que ninguém esqueça o dono e o sentido da festa, mas que em contrapartida seu nome não seja levado em vão e que o Espírito Santo encha a vida dos bons de coração com sua graça, sua luz e principalmente sua PAZ!!!

Estou preparando a minha árvore de Natal. Quero que ela seja viva, mas não quero que seja exterior. Eu a quero dentro de mim. Tenho medo das exterioridades. Elas nos condenam. Ando pensando que o silêncio do interior é mais convincente que o argumento da palavra.


Quero que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros.

Neste Natal não quero mandar cartões. Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida. Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento. A vida é mais bonita no improviso, no encontro inesperado, quando os olhares se cruzam e se encontram.

Quero que minha árvore seja feita de realidades. Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos. Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens. Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista. Tenho medo de que as árvores muito iluminadas me façam esquecer o dono da festa.

Não quero Papai Noel por perto. Aliás acho essa figura totalmente dispensável! Pode ficar no Pólo Norte desfrutando do seu inverno. Suas roupas vermelhas e suas barbas longas não combinam com o calor que enfrentamos nessa época do ano. Prefiro a presença dos pastores com seus presentes sinceros.

Papai Noel faz muito barulho quando chega. O papai Noel chega derrubando tudo. Suas renas indisciplinadas dispersam as crianças, reiram a paz dos adultos. Os brinquedos tão espalhafatosos retiram a tranquilidade da noite que deveria ser silenciosa e feliz. O grande problema é que não sabemos que a felicidade mais fecunda é aquela que acontece no silêncio.

É por isso que neste Natal eu não quero muita coisa. Quero apenas uma razão que me faça acreditar que a noite poderá ser verdadeiramente feliz. Neste Natal eu não quero muito. Quero apenas dividir com os meus o desejo mais intenso de que a vida vença a morte. Talvez seja por isso que ando desejando uma árvore invisível. O único jeito que temos de vencer a morte é descobrindo a vida nos pequenos espaços. Assim vamos fazendo a substituição. Onde existe o desespero da morte eu coloco o sorriso da vida.

Façam o mesmo!

Descubram a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fechem as suas chaminés. Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente.

Na noite de Natal fujam dos tumultos e dos barulhos. Descubram a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhes garanto!

Não tenham a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente. O que alegra um coração humano é tão pouco que parece ser quase nada. Ousem dar o quase nada. Não dá trabalho, nem custa muito...

E não se surpreendam, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível.

domingo, 6 de dezembro de 2009

...



Você não é o primeiro a me pedir para lhe escrever um texto, mas talvez o primeiro a quem eu atenda o pedido...



A matéria prima do texto de hoje é alguém muito importante na minha vida, embora eu nunca tenha lhe dito isso, acho que mais por falta de oportunidade do que de vontade ou de motivos para isso. Acontece que assim caminha a maioria da humanidade, e eu não sou nem um pouco diferente, ficamos esperando o momento oportuno, a hora certa e aí vem a vida, o destino ou as circunstancias e se encarregam de nos afastar, de nos roubar a intimidade e a liberdade tão cuidadosamente adquirida. Antes que isso me aconteça quero que de alguma maneira saibas do que digo, que entenda meus motivos e reconheça minhas razões.


Entenda que você é meu mau humor mais gostoso, minha teoria mais completa, minha confiança mais segura, meu bem-estar predileto... Reconheça que é minha emoção mais dolorida e verdadeira ao compartilhar a ausência de nossas mães. O cuidado que preciso, a atenção que sempre esperei, que não houve alguém capaz de dispensar e que eu já tinha desistido de acreditar que existia. Saiba que é minha diferença mais semelhante. Meu paradoxo mais delicioso. Interessante por si só, alguém que se basta e por isso é capaz de ser completude para os outros, merecedor de admiração e de inspiração.


Muito obrigada por todos esses anos de convivência pacífica, intensa e recíproca! Sou incapaz de retribuir aquela declaração de amor literalmente inebriante... Que talvez nem se lembre das palavras, pois você sim poderia estar tão embriagado, eu nem tanto! Fui permissiva, mas meu consentimento foi totalmente consciente, desejoso de suas atitudes. E assim quero ter você na minha vida por todos os dias até que eles se findem e quando isso acontecer que fique a nossa certeza de que fomos o melhor um para o outro sem qualquer mágoa e sem arrependimentos com toda dedicação possível.


Torna importante, fundamental, especial e carregado de significado cada gesto, cada palavra, cada toque... mesmo que negado, mesmo que disfarçado ou sem intenção. Que a sensibilidade de perceber as necessidades um do outro nos cerque para todo o sempre. Amo você seu enjoado!


"Nós dois que sequer nos parecemos

E não cabemos num mesmo espelho

Mas nos olhamos toda manhã..."



quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O caminho....


Juro que queria ter outro tipo de inspiração, mas admito ser um pouco como Rubem Braga que em um belo texto disse: “Imprudente oficio é este, de viver em voz alta.” Minha inspiração vem do que sinto, do que vivo e do que me provoca enquanto ser - humano.



Outro dia a caminho de casa – que nem era muito longo – vim percorrendo aquela distancia e refazendo também o caminho que percorri até agora, enquanto isso tentava conter lágrimas impertinentes que teimavam em correr pelo meu rosto e que sumiam com a velocidade do vento que soprava pela janela do carro.


Como é difícil lidar com o bicho gente, como é difícil admitir que o tempo todo estive enganada a respeito de algumas pessoas. Começo a acreditar numa coisa que sempre me recusei a crer: que encontrar amigos de verdade é ainda mais difícil do que ganhar na mega. No entanto, continuo me recusando a acreditar que exista um número de pessoas tão dissimuladas a ponto de chegar ao ponto ficar só nesse mundo cão.


Enfrentei pouquíssimas, mas intensas, decepções bruscas, por sorte meu coração tem poder auto-reconstrutivo, senão estaria perdida. Talvez seja essa uma das grandes vantagens de ser alguém que não faz maldades, não usa as pessoas, que acredita no ser – humano, respeita muito as opiniões, opções e principalmente sentimentos alheios. Que sempre tenta se colocar na posição do outro.


Conheço poucas pessoas tão bobas com amizades, que ame com tanta facilidade e entrega. Que se dedica, acredita e abre mão das próprias vontades em prol do bem estar de seus amigos. Pode não parecer tão nobre, mas eu não queria ser essa pateta... É isso, hoje quem ama assim é pateta e se torna alvo fácil de gente aproveitadora, que entra na sua vida e faz aquele estrago. Propositalmente ou não. Intencionalmente ou não. Inevitavelmente ou não. Nada disso vem ao caso. Quando está em jogo algo tão sagrado como uma amizade não há meio termo, não há interesses individuais. São no mínimo duas almas envolvidas isso já caracteriza a relação como coletiva, atitudes tem que ser obrigatoriamente dosadas, pensadas, avaliadas.


Pergunto-me quantas vezes terei que “quebrar a cara” para aprender que não deve doar-se tanto, que nem todo sorriso é sincero, que nem todo “te adoro” carrega consigo sentimento, que nem todas as vezes que alguém disser que minha amizade não se compara a outros relacionamentos é verdade, que muitas pessoas usam máscaras, que ninguém é igual a mim e, portanto nunca entenderão o que sinto... Nunca agirão como eu, se colocando na posição do outro, dosando atitudes, cuidando para não ferir sentimentos. E principalmente acolhendo com carinho e muito respeito, mesmo sem poder ou saber retribuir, declarações de amor...


É lamentável tanto tempo, energia e sentimento jogado fora, tanta gente por aí precisando de amor, de carinho, de um ombro amigo e uns e outros desperdiçando, usando.... Depois de tanto tempo, até hoje não sei explicar, não entendi o que aconteceu, mas quero carregar comigo a certeza de que tudo foi necessário. Que existe um Deus que a tudo vê e sabe melhor do que eu o que é melhor pra mim... E por isso humildemente aceito a sentença. Que cada um receba a sua com toda dose de merecimento...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Gratidão



Sempre acreditei muito no que, desde pequenininha, lia na bíblia e por isso durante um bom tempo tive como verdade que o maior sentimento do mundo era a caridade, que ora se confunde e se transforma em sinônimo de amor, principalmente e, sobretudo amor ao próximo. Em 1 Coríntios 13:13 está assim: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estes três, porém o maior destes é a caridade”.


No dicionário caridade aparece como: 1. O amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem [...]. 2. Benevolência, complacência, compaixão. 3. Beneficência, benefício, esmola. Ainda acredito muito no amor e na caridade como os maiores sentimentos do mundo, mas nestes tempos em que, (como diz o poeta: “Afinal, amar ao próximo é tão démodé...”) o amor tem sido tão deixado para lá começo também a crer que lado a lado ao maior sentimento do mundo está a gratidão. Li uma frase do Marquês de Maricá que define bem o que sinto: “Gratidão é o produto do nosso amor próprio, nos traz saúde emocional e bem estar!” É isso, nos sentimos melhores ao sermos gratos e quando assim o somos recebemos mais e nos tornamos merecedores de graças divinas.



Tenho feito esse exercício de agradecimento diariamente, repito várias e contínuas vezes: Obrigada! Obrigada! Obrigada, Deus! Até mesmo quando tudo que eu planejei dá errado eu ando agradecendo. Até mesmo quando sofro a pior das agressões: a emocional, coisa corriqueira ultimamente, eu ando repetindo e agradecendo a Deus e faço isso por acreditar muito que quem sabe agradecer está pronto para receber. Só que repetições são inválidas a medida que não são concretizadas. São inúteis se não formos capazes de transformar essa gratidão em bem estar também ao nosso próximo. Não há coerência em sermos tão gratos e por outro lado tão mesquinhos a ponto de não entendermos a necessidade do outro. Conquistar a virtude de ter um coração agradecido implica antes de tudo respeitar a todos e ao mesmo tempo não perder o discernimento. Não pretendo falara sobre o oposto do amor e da gratidão que é a ingratidão e a falsidade, isso definitivamente é tema para outro longo texto.



O sentimento é nobre, mas há de haver um quê de igualdade, porque gratidão é horizontal, é lado a lado, é um belo sentimento que traz consigo uma série de outros sentimentos como o amor, a ternura, a fidelidade e a amizade... Fica eu desejo de gratidão, primeiramente ao Arquiteto do universo e depois a todos que, bem ou mal, contribuem para a minha essência. Que todos possam ter o reconhecimento daqueles a quem devemos ou de quem somos alvos de gratidão.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Satisfação aos meus leitores...


Admito que as postagens estejam cada vez mais espaçadas e muito longe do que idealizei quando me dispus a criar o blog, mas é que além do turbilhão que está minha vida também estive (e ainda estou) sem computador. Depois de pouco mais de seis meses ele voltou para as mãos do Júnior, meu amigo entendedor de informática que generosamente nunca me cobra nada por essas manutenções, mas que também nunca perde a piada ao dizer: “E aí Lady (apelido carinhoso que ele me deu e poucos sabem o verdadeiro significado...), qual vai ser a forma de pagamento?” Na verdade, nunca paguei nada de forma alguma e desta última vez ele nem fez a piadinha de sempre, talvez por compadecer-se com minha cara de desolamento ao ouvi-lo dizer: “ Lady, o HD foi para o saco, estourou, perdeu tudo, só outro agora!”


Quem me conhece, pelo menos um pouquinho, sabe que não sou materialista, não no conceito que tenho sobre os materialistas, que penso são os gananciosos e que querem sempre mais ou que vivem em função da aquisição de bens materiais, mas reconheço que sou apegada, mas aí tem muitos outros conceitos envolvidos, sou apegada porque gosto muito de ficar relembrando momentos importantes de minha vida. E isso me dá uma sensação de aconchego; o passado, e em especial as emoções passadas. Junto com o HD que o Júnior jogou no lixo estavam muitos textos antigos e que tinha a pretensão de compartilhar aqui, muitas músicas que marcaram minha história e tantas fotos que carregavam muitas recordações.



Mas enfim, os textos eu reescrevo, as músicas eu baixo novamente, as fotos recupero uma aqui outra ali em um Cd esquecido ou no Orkut dos amigos. E tem um lado bom um HD novo pode ser bom, poder ser a oportunidade que preciso para jogar fora tudo que me prende ao passado, àquele mundo de coisas tristes, fotos, lembranças, recordações que nunca saberei se foram verdadeiras ou não...



Termino por aqui com um lindo poema de Carlos Drummond, aliás, entre as lembranças da minha infância me recordo de minha irmã chorando quando o Drummond morreu acho o ano era 1987, eu era muito pequena, mas cresci e entendi seu choro e o valor desse poeta. Hoje o escolhi para finalizar o texto porque ele traduz minha vontade de recomeçar com um novo HD...


Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e, o mais
importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só diversas vezes?
É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora...
Onde você quer chegar? Ir alto?
Sonhe alto... Queira o melhor do melhor...
Se pensarmos pequeno... Coisas pequenas teremos...
Mas se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo
melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.
(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Quando palavras alheias falam mais que as suas...


Outro texto que também não é de minha autoria, mas quero assim divulgar o talento de um companheiro das letras, que eu o comparo aos mestres da literatura de cordel com um estilo semelhante ao de Cuíca de Santo Amaro, grande cordelista baiano assim como o autor desse texto meu amigo Erinalvo da Silva Oliveira. Poeta anônimo que faz sua arte em silêncio e a expressa de forma soberana a quem sabe acolhe-la.


O primeiro poema me emocionou do inicio ao fim. Ele foi escrito especialmente para mim, num dia em que a sensibilidade do poeta se voltou para minha dor e compadecido me presenteou com essas belas palavras.


O segundo texto é sobre o Norte de cada um... Reflexão importante... Sempre!





Lidiane...

Se eu tivesse um poder/ Ou força no pensamento/ E pudesse te ajudar/ Te tirar desse sofrimento/ Eu juro que faria tudo/ Para não ver você sofrendo.

Mas sou fraco, e mesmo assim/ Tenho algo a te falar/ Isso não vai ser o fim/ Não irá te derrubar/ Porque DEUS está contigo/ Ele não vai te deixar.

Ele é teu grande amigo/ Vai te fazer superar/ Acredite, pois eu digo/ Logo poderá brincar/


E rever os seus amigos/ Que estão a te esperar.

Loucos pra dizer assim/ Minha querida amiga/ Que bom ver você


Voltar!



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SER TIA....




Dia desses a Ana me perguntou:
- Lidi, é bom ser tia?
- É sim! É muito bom ser tia - Disse eu.
Ela nunca se satisfaz com respostas, afirmativas ou negativas que sejam, que só repetem a pergunta e continuou:
- Mas porque você acha tão bom assim ser tia?
Só consegui sorrir e lhe retribuir o beijo melecado de marshmallow sem saber lhe dar uma resposta convincente.
Ana Beatriz, que daqui há alguns anos (não muitos porque para uma garotinha de sete anos que explica com detalhes o que é mercantilismo isso deve ser tarefa fácil) ao ler esse texto você consiga ter suas respostas sobre o porquê a Lidi AMA tanto ser tia e ser mais... ser SUA TIA.


Ser tia não é ficar para titia (jargão utilizado para distinguir pessoas sem muita sorte em seus relacionamentos) embora no meu caso também seja rsrsrs...

Mas ser tia ou tio é mais que isso...


É olhar a para um novo ser que acaba de nascer e sentir que não nunca sentiremos emoção igual, mesmo que venham a nascer outros e mais outros;

É usufruir da fragilidade e da docura que só os bebês possuem;

É ser cúmplice da ingenuidade deles;

É ter a possibilidade de recriar a própria infância;

É atravessar a rua com mais cuidado;

É dirigir com prudência;

É voltar a brincar de bonecas por insistência delas;

É deixar alguém fazer loucos penteados com as mãos lambuzadas de chocolate em seus cabelos limpos;

É ir a lojas de brinquedo e querer comprar a mais sofisticada casa da Barbie;

É planejar presente especial para a Páscoa, dia das crianças e Natal;

É se preocupar com o futuro deles como se fossem nossos filhos mas saber que têm mães e pais que olham por eles;

É ser amiga de crianças com 6, 8, ou 11 anos;

É fingir que não viu o chiclete grudado no sofá e nem o milk-shake respingado no vestido branco;

É assistir A ERA DO GELO 3 no cinema com direito a pipoca, suco Kapo, guloseimas de todas as espécies e, pasmem, mexerica... (isso só na minha família);

É com o coração partido dar uma bronca e colocar cada um para um lado;

É aturar uma noite do pijama que durou 24h e reuniu 15 crianças na sala de casa;

É ir à praia e ficar na beirada porque crianças tem medo de tubarões...

É antes de tudo ser muito, muito FELIZ!!!

Quando minha irmã confirmou a gravidez eu disse a ela: “É o dedo de Deus me dando uma enorme alegria depois de tantas lágrimas derramadas esse ano”

Quando se anunciou o alto risco desta gestação meu coração se encheu de esperanças e junto uma vontade enorme de ver meu sobrinho ou minha sobrinha superar essa dificuldade... Hoje a luta é de todos nós, de minha irmã principalmente e do embriãozinho que mede menos de 1cm, mas que já nos enche de alegria e de forças.

Meu guerreiro ou minha guerreira a titia e toda família lhe espera ansiosa e se junta à sua mamãe nessa luta, você não está só!

Vamos preparar um lar harmonioso para sua chegada a esse mundo e recebê-lo com muito carinho!!!
 
 
"Já que pra ser homem tem que ter a grandeza de um menino, de um menino...
No coração de quem faz a guerra nascerá uma flor amarela como um girassol..."
(Toni Garrido)

domingo, 20 de setembro de 2009

Há nove anos!!!



Há nove anos o mundo perdeu uma grande mulher, não era nenhuma celebridade ou alguém que a mídia se interessou por ela, mas uma guerreira que lutou com uma força inigualável até seu último respiro. Naquele 20 de setembro de 2000 ela não conseguiu vencer a batalha que a família desejava, mas ganhou a vida eterna...

Terezinha

Esse era seu nome. Assim mesmo no diminutivo como a santa. Nome que representa força, luta e coragem. Nome que jamais esquecerei, que foi gravado a ferro e fogo dentro do meu coração e de todos que a conheceram. Sem dúvidas a pessoa que eu mais amei na vida.


Mulher, mãe, amiga, esposa, companheira e avó incomparável, de força interminável. Exemplo de vida para todos, foi com ela e só com ela e com seus exemplos que aprendi o que é gratidão, doação, amor ao próximo e caridade.


Ela abdicou de sua maturidade e dos possíveis benefícios de sua velhice para criar a mim e meus irmãos, após enfrentar a morte prematura da filha mais velha e no mesmo ano enterrar o marido. Lutou até o último minuto de sua existência para livrar seus filhos dos vícios e das maldades do mundo. Protegeu a quem amou. Viveu pelo outro. Muitas vezes sem conforto e sem paz, mas sempre com muita fé.


Quando a minha mãe saiu de casa para ao hospital eu ainda era muito pequena, mas no meu peito tinha a certeza de que ela nunca mais voltaria para nossa casa, mas com minha vó foi diferente. Eu tinha certeza que ela voltaria, passei a madrugada inteira na capela daquele hospital cochilando no colo do meu primo Thiago e esperando o médico dizer que poderíamos ir para casa, mas a noticia que ele trouxe foi a de que ela seria encaminhada para a UTI e pediu que eu recolhesse seus pertences. Retirei a aliança, os anéis e a medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças. Ela me olhou e disse assim: “Se eu não voltar desse lugar para onde estão me levando, dê esta medalha a Cristina, cuide de seu irmão, da Alicia e principalmente seja muito feliz, e diga a todos amo cada um vocês!” E enquanto eu trocava suas roupas ela foi repetindo os nomes de seus filhos, netos e genros, começou pelos mais problemáticos, por aqueles que a sociedade rejeitava e ela acolhia com toda intensidade de seu amor de mãe... "Kel, Juanildo, Marlise, Liliana, Noemi, Jacqueline, João, Thiago, Raphael, Felipe, Diego, Bruna, Jonatha, Milene, Átila, Luiz, Caroline..." e repetiu: "Dê a medalha a Cristina, cuide de seu irmão e da Alicia"... Ainda continuou falando alguns outros nomes e a enfermeira me afastou dizendo: "A partir daqui ela segue sozinha", mas quem seguiu sozinha fui eu... E sigo!


Minha querida vovó!


A falta que seu corpo físico me faz é confortada pela certeza de que estas e para sempre continuarás nas nossas vidas, como nosso guia, nossa proteção, nosso eterno Anjo da Guarda!


Por vezes ainda penso que quando eu chegar em casa você estará lá, que eu vou poder te contar as novidades do dia, que vamos rezar o terço juntas ou que vamos inventar um mexido para o jantar. Sinto saudades de tuas palavras, de tua presença forte e discreta, de tua força e de tua coragem frente às adversidades da vida, do teu jeito simples de viver, do alicerce firme e inabalável que nos apoiava e que carregava uma família inteira nas costas, mulher inquebrável!!!


Não há um só dia que eu não me lembre de algo que tenha me ensinado, me contado. Das tuas palavras de força, daquele simples abraço quando eu saia de casa, daquele pequeno beijo quando retornava, daquele brilho com que teus olhos se enchiam quando falava de mim e do que desejava para meu futuro.


Foi tu quem sempre confiou em mim, sempre se orgulhou de tudo que eu conquistava, sempre se compadecia com minhas derrotas e é por esse orgulho e a seu exemplo que hoje ganho força e coragem, como a santa, para secar as lágrimas e passar por momentos adversos, sei que nem de longe sou a mulher que você quis que eu me tornasse, mas carrego muito de ti em mim, principalmente a capacidade de amar sem limites, de perdoar, de ser justa e de rezar sempre...


Você sempre continuará em minha vida, mas hoje está junto de quem a criou e reconheço que não há palavras suficientes neste mundo para dignificar esta mulher!


Até sempre....

sábado, 19 de setembro de 2009

Vá...




Vá! Mas vá de uma vez...
Fale mal do mundo enquanto eu faço prosa
Enxergue apenas erros alheios
Tire suas próprias conclusões
Continue sendo co-dependente dos outros
Esconda-se dos outros e de si


Vá! Mas vá logo...
Invente Calúnias
Tire o corpo fora
Envolva-se com pessoas que não deveria
Passe adiante confidencias alheias
Aproveite-se do conforto emocional que lhe proporcionam


Vá! Mas vá bem depressa....
Queixe-se da vida
Insulte alguém
Faça comentários maldosos e pejorativos
Tripudie em cima do mal que criou
Ignore quem te ama


Vá! Mas vá e não olhe para trás...
Sinta prazer em condenar as pessoas
Diga a verdade somente com a intenção de magoar e não de ajudar
Tente encobrir fatos
Deixe família e amigos de verdade
Não admita os próprios erros
Brinque com os sentimentos dos outros com requintes de crueldade


Vá! Mas vá correndo...
Use as pessoas e ame as coisas
Responsabilize os outros por seus fracassos
Tire proveito das situações
Rotule atos inconsequentes como inevitáveis
Permaneça em seu mundo de mentiras.



Enquanto isso eu faço prosa... arrependida e envergonhada por ter caído no próprio engano, na própria ingenuidade, na própria credulidade...



Só quem faz sabe por que faz, por maldade, por diversão, por superiorização...

Assistam... Vá embora.... Quebre a cara!!!

sábado, 5 de setembro de 2009

Irmão (...)

Querido irmão, há sete anos quando você fez o encontro do Segue-me tive a oportunidade de lhe dizer boa parte destas palavras; ainda me lembro da Daiane e da tia Karla chorando ao ler minha carta para você. E também por isso venho torná-la pública porque ultimamente, e especialmente hoje, tenho absoluta certeza de que você é a minha melhor metade. Quando você nasceu morri de ciúmes, primeiro porque você obrigou minha mãe a ficar vários dias no hospital, eu só tinha cinco anos e naquele momento ela era tudo que eu tinha. Depois porque, de uma hora para outra, você se tornou o centro das atenções de nossa casa e ainda porque ocupou o meu lugar de caçula na família. Logo isso passou, você cresceu e meu pai passou a te chamar de campeão por querer vencer nas brincadeiras, sempre ter razão, impor regras e acabá-las quando estava cansado. Tenho muito orgulho do homem que você se tornou e tenho certeza que onde quer que esteja minha mãe e minha vó também se orgulham. Assim como nossas tias, nossa irmã e nosso pai. Embora eu nunca admita é você quem faz meus dias felizes e impulsiona minha existência. Esse ano quase te perdi de vista, por pouco não permiti que soltassemos as mãos um do outro e reconheço que minha covardia é tanta que ainda não consigo lhe pedir perdão olhando nos olhos. Essa semana ouvi de três pessoas distintas que tenho uma virtude que de tão exacerbada se torna um defeito: Só consigo ver o lado bom das pessoas! Isso me dá muita coragem e muita certeza de que minha intenção nunca foi preterir outros a você, acontece que não consegui enxergar maldade nas ações de algumas pessoas funestas que nos rodeava. Quem dera todos pudessem ter um irmão como o meu, porque ele é incomparável e imprescindível. Amo minha irmã, tenho verdadeira paixão por ela que é um ser muito especial, mas penso que se ela não existisse talvez minhas amigas saberiam bem desempenhar o papel dela, mas se não existisse o meu irmão dificilmente eu encontraria alguém que representasse tão bem o papel de pai, amigo, companheiro... Já tivemos muitos desentendimentos, graves brigas, você já me bateu eu revidei. Você já me magoou com duras palavras e eu devolvi xingamentos a altura, mas é que isso é tão natural entre irmão quanto o amor que os une. Devo reconhecer que seu coração é bem mais belo que o meu, irmão! Mesmo que as vezes seja rude, grosseiro e intolerante, você é muito mais a fim de dar o braço a torcer, muito mais disponível ao amor principalmente quando me ajuda, demonstrando que se preocupa comigo mesmo sem perceber. Você é mais corajoso que eu, é o eixo de nossa família, penso que sem você aqui, essa família tenderia ao fracasso, porque ela não sobrevive aos meus diálogos, aos meus discursos, às minhas lágrimas e sim às suas atitudes. Realizo-me com sua felicidade e com sua capacidade de superação. Não importa o rumo de nossas vidas para sempre você será meu irmãozinho caçula, com dentinhos tortos, briguento e manhoso criado com vó. Amo você!!! "Meu irmão, Faz muito tempo faz Que eu não te canto Uma canção. Que eu não te conto uma aventura, Um sonho, uma ilusão. Que eu não me sento calmamente Junto com você. O tempo passa... Meu irmão, Comigo os dias normalmente Cumprem sua função Entre sinuca, futebol, Amor e violão. Mas quando o tempo escurece, Vêm os temporais, E nem blasfêmias, crenças, preces Não ajudam mais, E a gente perde a paz... Aí eu lembro de você E essa lembrança me agiganta. Me faz vencer a dor E quando caio me levanta. Me faz conter o tempo E põe o mundo inteiro Em minhas mãos... Você meu grande herói, Mais poderoso que o inimigo. Você, constante amigo, Meu distante companheiro. Você, que o tempo inteiro Não tem medo do perigo, não!" (Composição: Toquinho) * A foto é de um 'kanji', um ideograma, que é uma representação gráfica de idéias da linguagem oriental, o nome dele é otouto e significa irmão mais novo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

“Um lugar deve existir (...) onde os sonhos extraviados vão parar.” (Chico Buarque)
Quisera eu descobrir esse lugar, exilar-me por lá e buscar meus sonhos perdidos, alguns deles erroneamente depositados nas mãos de outras pessoas. Quisera eu poder reformulá-los ou quem sabe até tirá-los do campo da abstração e viver a materialização desses almejos. Em busca do resgate desses sonhos compreendi que duas coisas nessa vida não nos pertence: O nascer e o morrer, o que nos pertence é como vivemos o intervalo entre uma coisa e outra. E que ser feliz ou não, nesse intervalo, depende essencialmente de nossas escolhas e da capacidade de harmonizar atos e vontades. E foi por uma dessas escolhas depois de algum tempo voltei a abraçar a mãe, não a minha mãe biológica, mas uma mãe que me escolheu como filha, porque me ama como tal, me acolhe como tal e me protege igualmente. Que me recebeu e quis que eu fizesse parte de sua vida, de sua família, filha também de seu esposo, irmã de seus filhos, cunhada de sua nora...
“Família é quem você escolhe pra viver Família é quem você escolhe pra você Não precisa ter conta sanguínea É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia.” (O Rappa)
E ali havia amor, havia muito mais... havia o que há de positivo para se contabilizar na vida: Sorrisos sinceros, abraços afetuosos, sentimentos puros e sobretudo havia o resgate de um dos meus sonhos soterrados. O desejo de que aquele momento fosse para sempre possível, rotineiro, cotidiano e simples, assim como todo mundo merece que a vida seja. Família reunida para celebrar o dom da vida. Por um instante o pesadelo deu uma trégua e o sonho saído da abstração se concretizou. Não! Não descobri o lugar onde os sonhos extraviados vão parar, nem muito menos fórmula mágica para realizar desejos simples, mas pude, sem dúvida aproveitar cada segundo daquela oportunidade, guardar em minha essência cada sorriso, abraço, palavra, gesto de carinho e cada lágrima também porque não? Protegida, sim. Amada, muito mais. E tudo isso reencontrei desenterrando sonhos.. Mas eis que de repente lá estava eu sozinha de novo, humana, lamentavelmente humana, desprotegida sem saber o que fazer com o meu resto de intervalo até o morrer...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Estou cansada!

Semaninha complicada, que não quer acabar....
Estou cansada!
Cansada mesmo e não é preguiça, embora confesse que este seja meu pecado capital mais praticado. Também sei que não é só cansaço físico ou de uma coisa só, alias mais fácil seria estar cansada de trabalhar, por exemplo, porque aí férias resolveriam meu problema. Tenho tentado, de verdade, ser uma pessoa melhor a cada dia e esse esforço também tem me cansado e tem me tirado as forças... Ser o SER que eu quero ser dá trabalho. Sei que vale a pena, vale muito a pena, mas dá um trabalhão. Ser tolerante com os que erram feio e bastante; Ser amável com que lhe é falso; Ser caridoso com quem te esnoba; Ser gentil com quem lhe trata com rispidez; Ser sorridente enquanto a alma sangra... É bem verdade que nem sempre consigo ser assim, mas tenho lutado, e é trabalhoso e é cansativo. Mas continuarei tentando, sentimentos e atitudes nobres nos aproxima de Deus e Ele, só Ele é capaz de nos dá o descanso e o refrigério necessário! Lembrei-me de um poema de Alváro de Campos, um dos heteronomios de Fernando Pessoa. Quando estudava o ensino médio cheguei a odiar Fernando Pessoa por causa desses heteronomios, não entendia porque alguém com toda aquela capacidade poética precisava criar personagens para si mesmo, mas aí chegou o momento de estudar Alváro de Campos e todas as vezes que me percebo numa fase intimista lembro-me deste poema mais famoso dessa sua fase idêntica à minha. Fase em que Alváro (ou Fernando, sei lá) se sente vazio, marginal, incompreendido, fechado em si mesmo, angustiado, descrente, nostálgico, estranho e perplexo, enfim CaNsAdO como eu...
“Estou CANSADO, é claro, Porque, a certa altura, a gente tem que estar CANSADO. De que estou CANSADO, não sei De nada me serviria sabê-lo, Pois o cansaço fica na mesma. A ferida dói como dói E não em função da causa que a produziu. Sim, estou CANSADO, E um pouco sorridente De o cansaço ser só isto — Uma vontade de sono no corpo, Um desejo de não pensar na alma, E por cima de tudo uma transparência lúcida Do entendimento retrospectivo... E a luxúria única de não ter já esperanças? Sou inteligente; eis tudo. Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto, E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá, Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.” (Alváro de Campos)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A quem pertence o futuro??

Sábado foi um dia tão bom... De manhã saímos para escolher um presentinho para Júlia e outro para João Miguel que breve habitarão esse mundo maluco. Depois fomos comemorar os 90 anos de seu Joaquim, na volta dei carona a uma senhora que a certa altura do trajeto me disse assim: “Fiquei muito feliz com essa comemoração de hoje, porque a gente nunca sabe o dia de amanhã”. Aquele tom profético de que talvez seu Joaquim não pudesse reunir amigos e familiares para comemorar 91 anos me incomodou e confesso que em algum instante da volta para casa pensei: Quem essa senhora pensa que é? Fazer um tipo de comentário desses... Naquele momento a minha convicção era de que embora de fato desconheçamos o dia de amanhã, o futuro só a Deus pertence. Já à noite no caminho do chá de bebê de João Miguel ainda me incomodava as profecias daquela senhora, me lembrei dos olhinhos embaçados de seu Joaquim, imaginando quanta coisa eles já viram e pensei: Será que o futuro de fato somente pertence a Deus? E então me preocupei com o legado que deixaremos aos nossos filhos e netos. O preocupante é o legado de valores e princípios que conseguiremos deixar como herança. O avanço desenfreado da tecnologia, a influência cada vez menos positiva da mídia, o despudoramento do ser-humano, a banalização da violência e a destruição descontrolada do meio-ambiente... Há muito que se preocupar, há muito que se preservar, há muito que cuidar. Fiquei pensando no mundo que seu Joaquim encontrou por aqui há 90 anos e no mundo que Júlia e João Miguel encontrarão daqui alguns dias, percebi que o futuro realmente só pertence a Deus, mas apenas no sentido de só Ele em sua onipotência, onipresença e onisciência sabe o que virá, mas que definitivamente o futuro depende das escolhas que fazemos hoje. Todos nós somos responsáveis pelo futuro, ele pertence a cada um de nós. Ainda está em tempo de parar e pensar qual nosso papel diante da história da humanidade e também qual a importância de desempenhá-lo da melhor maneira possível a fim de proporcionarmos uma velhice tranqüila a seu Joaquim e aos idosos em geral e uma infância segura, como deve ser, à Júlia, João Miguel e tantos outros... Novamente voltando para casa olhei pelo retrovisor observei a Alicia dormindo no banco de trás e sua face serena me fez recordar uma frase que na hora não me lembrei o autor e nem onde li, mas dizia assim: “As melhores coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas, mas sim sentidas pelo coração”. Quando cheguei em casa fui procurar na internet o autor e descobri o restante do texto que é de Dalai Lama e que fala em revolução, que ironia, um monge tibetano, pacificador falando em revolução. Sim! E fala na única revolução possível, talvez a receita para construirmos um futuro possível.
Ei-lo...
“Meu apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa. As melhores coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas, mas sim sentidas pelo coração. Se conseguirmos deixar de lado as diferenças creio que poderemos nos comunicar, trocar idéias e compartilhar experiências com facilidade. Se o seu coração é absoluto e sincero, você naturalmente se sente satisfeito e confiante, não tem nenhuma razão para sentir medo dos outros. Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Fale a verdade, seja ela qual for, clara e objetivamente, usando um toque de voz tranqüilo e agradável, liberto de qualquer preconceito ou hostilidade. Se seus sonhos estiverem nas nuvens, não se preocupe, pois eles estão no lugar certo; agora construa os alicerces.” (Dalai Lama)
* A foto é da barriga da Suele... João Miguel tá chegando aí, gente!!!

sábado, 22 de agosto de 2009

Sobre o amor em tempos de devassidão

O texto abaixo não foi escrito por mim, mas gostaria de tê-lo feito. Além de lindo, coerente e contemporâneo foi escrito por uma pessoa que admiro bastante, muito mais do que por sua erudição, mas mais por ser quem verdadeiramente é: um belo ser - humano, um belo coração. Sua retórica me atrai e basta para credenciá-lo a compor a escrita de hoje. Com vocês as palavras do mestre, doutor, professor, cunhado, amigo... Tiago Carvalho.

Sobre o amor em tempos de devassidão O que é ainda nestes tempos de devassidão? O homem é por natureza devasso. Não há quem não tenha passado pela devassidão, ao menos uma vez, mesmo que em pensamento. Deixemos os homens devassos de lado, quando a libertinagem é o máximo de seu alcance... São eles uma horda de pestilenta, que não só passou pela devassidão como tomou-a para si; Novos filhos da devassidão e cada dia obscurecendo e infectando a terra. Mas como então pensar no amor, nesses tempos de devassidão? O amor é como a aurora; O amor é como o desenlace do vento e seu urro longínquo que se espalha; O amor é como o não-dizer da natureza esquecida na cidade; O amor é como a perpetuação sonhada pela criança... A única perpetuação possível; O amor é como o indescritível encontro com a (o) amada (o) após o dia de trabalho; O amor é como a palavra saudade em nossa língua, uma e irresistível; O amor é como o esquecimento do norte que tem que se dar à vida; O amor é como a brecha da fresta do olho da câmera que captou o não programado; O amor é como é como a clandestinidade dos espíritos avançados no meio da massa estúpida; O amor é como o gesto da razão que ao menos uma vez cada homem tem direito; O amor é como é como a camada de ar do respiradouro na sufocação da mediocridade; O amor é como o punhado da terra nas suas oscilações e espasmos produtivos; O amor é como a chama que arde enxergando a renovação do universo; O amor é como a misericórdia da água sobre o relógio do tempo inigualável; O amor é como o olor do seio da amada e esta realimentação de vida; O amor só é possível, meu amor, nestes tempos de devassidão, se não compreendido... Se percebido nas passagens e nas paragens da vida em matéria, Sem a reificação destes nossos tempos de devassidão Que o deveriam se de acrisolamento! Reificação: considerar algo abstrato como coisa material; Acrisolamento: Apurar no crisol; depurar, purificar, acendrar: acrisolar a inteligência na reflexão.


"Os voluptuosos são carentes de companheiros de devassidão. Os interesseiros reúnem sócios. Os políticos congregam partidários. O comum dos homens ociosos mantêm relações. Os príncipes têm cortesãos. Só os virtuosos possuem amigos.” (Voltarie)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O despertar

Os dias passaram-se aos trancos e barrancos e agosto chega ao meio, quente, seco e sufocantemente abafado. Nada parece diferente, mas aquela vontade incessante de dormir até voltar a ser eu mesma sumiu; será que voltei a ser eu mesma? Sinto-me levemente feliz e aquele nó na garganta vai aos poucos dando lugar a esperança de um novo começo. Medíocre e egoistamente só consigo pensar em mim, então me surpreendo com a quantidade de vezes que tive que recomeçar, com os inúmeros remendos em minh’alma. Revivo cada atitude errada que eu tomei, me envergonho por todas as vezes que quebrei a confiança que tinham em mim. Coisas e pessoas que conquistei com muito esforço e dedicação e que perdi em poucos minutos. Observo a beleza da natureza, olho para o céu cinzento inundado pela fumaça das queimadas comum no inverno brasiliense, mas que mesmo assim não consegue esconder a sutileza do sol que agora aquece meu corpo gélido de tanta mágoa e decepção sofrida, que momentaneamente, roubou o lugar da minha alegria e da minha doçura para com os outros. Sinto falta de minha mãe, não de seu corpo físico, mas saudade de alguém que eu poderia ter sido se ela ainda estivesse aqui comigo. Percebo que sou minha mãe e minha família em muitos detalhes, mesmo que existam muitos lugares e pessoas que também são responsáveis por quem sou. É que às vezes dá um cansaço de esperar a fase ruim passar, a hora certa chegar. Difícil entender que esse ainda não é o momento, mas aí algo inexplicável acontece, graça que vem dos céus pelas mãos de Deus e vejo ir por terra as dificuldades e as possibilidades voltam a rodear meu mundo. Quero voltar a saborear a vida, enxergar as cores que o cinza das fumaças tenta esconder, quero rever o velho com novo olhar, regar as flores, que graças a Deus, insistem em florescer em meu jardim. Reformar meu íntimo, pintar com cores vibrantes e alegres as paredes da minha essência e abrir bem as portas do meu coração para acolher a todos que desejarem fazer parte de minha história.

**************************

“Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. Clarisse Lispector

domingo, 16 de agosto de 2009

Dia de frases feitas

A superação me roubou a inspiração e as forças para a transpiração necessária, hoje só direi o óbvio, talvez o piegas, o clichê, mas pelo menos a verdade. Dia bom entre amigos... Amigos, que me torna o que sou (Francisco e Thays). Que faz meu coração sorrir (Hélio). Que está sempre comigo mesmo quando não estou muito disposta (André). Que faz a diferença nos meus dias (Gutenberg). Que me diverte e ampara (Thiago). Que me ensina todos os dias, literalmente, o que é amor incondicional (Léo). Amigos que eu amo que me faz entender, de uma vez por todas, a frase que diz: “O que importa na vida não é o que eu tenho, mas quem eu tenho”. Pessoas que não deixa me sentir sozinha, que me faz continuar acreditando na humanidade, que respeita as diferenças e que eu abraço com carinho, com vontade e que retribuem com dignidade com dedicação. Obrigada a todos vocês, por tudo que se permitem, por tudo que significam, por encherem o meu mundo de benignidade, carinho, segurança, sensibilidade. Por me encorajar a seguir em frente. Com todos vocês aprendo e encontro sinceridade, lealdade, cumplicidade, fraternidade e simplicidade. Ao amigo da foto não rasgada só Fernando Pessoa traduz: “Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és... E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”. Amo vocês, obrigada pelo dia!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sobre sentimentos alheios....

Eu não quero, eu não posso e eu não devo brincar com os sentimentos dos outros.
Não quero e não devo mentir às pessoas que me amam.
Não pedirei nada aos meus amigos que eles não possam me dar.
Não insistirei numa coisa que eu sei que não é possível.
Não esconderei nunca meus verdadeiros sentimentos e minhas verdadeiras intenções quando amar uma pessoa especial.
Saberei ficar de lado e não insistir quando notar que estou ficando incomoda.
Direi com toda ternura e sinceridade que estou confusa quando alguém assim me deixar.
Tentarei descobrir se deixei alguém confuso com minhas atitudes e se descobrir isso, esclarecerei e pedirei desculpas. Mais do que isso, farei de tudo para reparar o mal causado.
Quero ter coragem de me afastar dos amigos a quem estou machucando de alguma maneira.
Quero ter a fineza de estar bem perto dos amigos que me mostrarem que precisam de minha presença. Procurarei por meus amigos sem exigir nada em troca. E deixarei de procurar, se notar que minha presença os embaraça ou que de alguma maneira eu a impus. Ficarei torcendo num canto qualquer da vida por aqueles que preferem que eu fique a distância.
E tudo isso porque eu não quero, eu não devo e eu não posso brincar com os sentimentos dos outros. Deus seja louvado pelos que não brincam com os meus e que do alto de sua magnitude perdoe aos que brincam sem a capacidade de harmonizar o apetite com que fazem isso.
O que eu quero mesmo é passar pela vida com o orgulho de jamais ter usado uma pessoa....
Que Deus me ajude a realizar esse sonho!!!
E como diria mestre Quintana:
“"Nunca diga te amo se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo". (Mário Quintana)
Assita ao vídeo, vale a pena!

domingo, 9 de agosto de 2009

Penso que nas primeiras postagens eu deveria me apresentar, dizer quem sou o que faço, definir minhas pretensões ou ainda justificar o título do blog, mas sobre isso não tenho muito a dizer ou direi com o passar dos dias com o caminhar das atualizações. Há muito tinha a intenção de ‘colocar no ar’ meus escritos e ouvi de um ex-professor da faculdade que me disse: “Intenção sem ação é devaneio, pare de devanear, Lidiane!”. E a Lidiane parou de devanear, mas somente ao relembrar um trecho de Os Lusíadas: “Não se aprende, senhor, na fantasia sonhando, imaginando ou estudando, senão vendo, tratando e pelejando.” Eis me aqui pelejando... E essa peleja não poderia começar de outra maneira senão com uma oração curtinha que eu mesma criei dia desses. “Deus, põe teu olho amoroso e misericordioso sobre todos nós aqui na terra! Mesmo que esteja enfastiado de nós seres-humanos, mesmo que a bestialidade dos mortais chegue ao extremo, sobre todos aqueles que ainda continuam tentando, Deus, derrama teu sol mais luminoso!” Definitivamente não tenho o propósito de fazer um blog religioso ou teológico, mas ele nasce com a necessidade de expor através de testemunhos de vida o meu assombro diante do caminho que a humanidade vem trilhando e para que essa experiência de travessia se concretize é preciso permissão e inspiração divina. Que Ele me ajude a utilizar os recurso da tecnologia e os dons dados por ele de forma sábia, coerente e ponderada, que uma única palavra escrita aqui jamais sirva para ferir ou punir alguém, que ninguém se sinta ofendido ou atacado. Esse é o primeiríssimo passo da realização de um sonho de menina, que um dia quis ser uma grande jornalista e escritora. Aqui tem 90% de transpiração e 10% de inspiração, o momento exige que seja assim, mas em contra partida tem 100% do apoio moral e acadêmico de uma jornalista do C@#$%* que antes de ter diploma (que agora não vale mais de nada... PUTZ!!!) tem o meu maior respeito e admiração por sua sapiência, decência e inteligência, que atende pelo nome de Denise Porfírio (vocês ainda vão ouvir falar muito dessa pessoa). Hoje é dia dos pais! Festas comerciais não me apetecem, mas aproveito a festividade para dizer ao meu querido pai: EU TE AMO!!! Um amigo algumas vezes me criticou pela maneira ríspida como trato ‘meu velho’, mas me perdoe é que sou incapaz de retribuir a doçura com que ele me criou... Taí, acho que começo a explicar, ou a entender, o titulo do blog: Fui criada numa doce esfera graças ao meu pai e a tantos outros que também foram figuras paternas para mim: Luiz, Joaquim, Jesuíno, Américo, Marcio, José, Alan, Calazans, Uilson, Erinalvo, Luciano, João.... Obrigada a todos e FELIZ DIA DOS PAIS! Não podia esquecer... Guilherme, Flávio, André, Valdecir Jr. e Brunno meus amigos que se tornaram ou se tornarão papais esse ano, felicidades a todos vocês e que possam ser sempre passo certo para uma vida segura de seus filhos!!!