domingo, 24 de junho de 2012






Certamente todos já ouviram a célebre frase de Dalai Lama: “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.” Só que também certamente, conhecem algumas pessoas que insistem em viver no passado, ou melhor, insistem reviver as mágoas, as dores e os mal tratos sofridos.

Graças a Deus, eu consigo seguir em frente. Isso porque todos os dias temos a oportunidade de viver de forma diferente.   À medida que a nossa história avança tudo muda, são pessoas que conhecemos, são coisas que vemos, emoções únicas que sentimos, nada disso será o mesmo amanhã. Impreterivelmente, tudo muda. Só permanece no passado quem quer.

Citação: “Tudo o que alguém fez para você no passado não tem poder sobre o presente. Só você lhe pode dar esse poder. “- Oprah Winfrey

Se você quer continuar vivendo não pode deixar se paralisar pelo passado. Tudo na vida vai e vem e não há nada que se possa fazer com o que já passou. Se buscar uma definição de passado no dicionário vai encontrar: (...)”algo acabado, completo, já não mais existe,” Sendo assim, é necessário entender que nada há de se fazer com palavras pronunciadas ou não, com oportunidades ignoradas e situações que nunca mais voltarão. Nada que você fizer agora, mudará ou te protegerá de sentir o foi feito ou sentido no passado.

Há momentos na nossa vida em que simplesmente não se consegue deixar as coisas ir. Quando alguém sofre uma separação, por exemplo, há muitos que optam por viver na solidão e na miséria. Isso porque vivem de promessas não cumpridas, de momentos perdidos. Ficam alimentando a desilusão, atormentado-se com o que poderia ter sido e não foi.

Se acredita que há algo mal resolvido lá atrás, vá lá e resolva. Se faltou um perdão, um sorriso ou um tapa na cara, vá lá e o faça. É tempo de perceber que o passado só serve para aprendermos com ele e não para vivermos dependente dele.

O problema de se viver dependente do que foi um dia, é que a vida não para. Outras pessoas vão entrar na sua vida e você corre o risco de puni-las pelo que outras fizeram. Você vai deixar de viver grandes momentos, vai magoar que está próximo e vai continuar sendo vítima das circunstâncias e não autor da própria história.

Mas cada um faz suas escolhas, cada um decide como lhe é conveniente viver. Eu prefiro viver o presente, que de tão bom que é se chama assim, porque é PRESENTE que Deus nos dá. Viva cada momento como tem que ser. Com as dores e as delicias, quem foge da dor ou da verdade, encontra uma dor maior e uma verdade mais dura ainda. Permita-se sofre o necessário, mas nunca se torne escravo deste e lembre-se: Depois da tempestade o sol sempre volta a brilhar. Seja como o sol: volte a brilhar sempre.



“Que nenhum medo seja capaz de te impedir de prosseguir.

Que mentira alguma seja capaz de fazer você derrubar uma única lágrima se quer.

Que o mundo seja duro, seja doce, ou seja, da maneira que ele for, mas que você nunca deixe de caminhar para frente.
Que seus passos sejam os menores possíveis mais que a cada um deles te leve a algum lugar que valha a pena.
Que a verdade predomine, que os sorrisos te ilumine.
Que o coração seja sempre mais forte que a razão e que essa pessoa maravilhosa que você é nunca se deixe abalar por qualquer coisa de ruim que venha.
Que as coisas feias batam e caiam mais que nunca te derrubem.
Que a vida valha muito a pena!”

Daniel Cajueiro


domingo, 8 de abril de 2012


Acredite eu sou alguém que tem motivos suficientes para desacreditar totalmente no coração do ser humano, mas por ser diferente, por ser única, resolvi dar uma chance a mim mesma...

Domingo de Páscoa, dia de muita reflexão sobre o sentido da data. Revivendo a dor de Cristo durante as minhas orações nesta Semana Santa relembrei que até Ele, Filho de Deus foi traído por um amigo.

Longe de passar pela dor do calvário e da crucificação vivo a dor de ter sido traída por amigos. Mais uma vez. Não é a primeira e certeza não será a última vez. Se o motivo de tantas decepções seja para que eu deixe de crer no poder das amizades, ainda não será desta vez.

Amigos queridos continuarei lhes amando incondicionalmente. Desmedidamente estarei à sua disposição. Minha casa e minha família continuarão sendo refúgio quando necessário for. Minha felicidade só será plena quando estiveres feliz também, nada muda.

Já para você que desprezou todo o carinho, todo respeito, toda dedicação que eu lhe dispensei, saiba que não me arrependo um minuto sequer de nenhum de meus gestos. Sou feita de um material diferente do teu. Sou feita de carne, osso e muito sentimento. Sou verdadeira. Só digo o que transborda meu coração. Não lhe desejo nenhum mal.  Desejo-lhe apenas que a vida, o destino, Deus, ou seja lá no que creia, que lhe devolva, até como forma de ensinamento, tudo que dispensa ao outro. Seja fidelidade, amizade, gratidão e respeito... Tudo que lhe dei, sem NADA querer em troca, apenas sua AMIZADE. Meu troco foi outro...

Sentimento difícil de lidar é esse de ser surpreendida com a ingratidão de quem você tanto se dedicou. Só peço a Deus que jamais permita que meu coração se assemelhe ao destas pessoas. Que mantenha longe das minhas capacidades a de fingir sentimentos, a de ignorar pessoas, a de tratar o outro com tamanha desimportância. 

terça-feira, 3 de abril de 2012

Sinceramente....



O Henrique saiu lá da ilha, veio de São Luís a Brasília, tomou umas seis Bohemias sentado no boteco do “Mineirão”, enquanto eu ainda estava na primeira caipirinha. Sorriu, bagunçou meu cabelos como sempre e largou na minha cara um monte de verdades. Só aí entendi o que agora parece tão óbvio. A um interlocutor desavisado o que ele disse podia até parecer grosseria, mas é por isso que esse amor e essa amizade dura tantos anos, essa sinceridade toda é o segredo do nosso sucesso.
Sempre achei que verdades desmedidas e demasiadas são algumas vezes maldosas, cruéis. E, portanto, desnecessárias. Não que eu goste ou pratique mentiras, mas dizer o que pensa tem consequências e algumas vezes quem diz não vê tais consequências como prejudiciais, já quem ouve sente o peso da opinião alheia como um inquisidor.  Mas o Henrique sabe falar verdades e sabe fazer isso com um cuidado despretensioso que não me fere, não me deixa com a sensação de que faltou sentimento ou de que ele poderia ter feito ou dito diferente. Ele diz o que pensa, mas sabe o que precisa ser dito e o momento certo. Entre nós não há jogos de adivinhações; em um determinado momento da nossa história resolvemos que era melhor saber o que o outro pensava e sentia do que deduzir, mas isso não foi decidido contratualmente, foi sendo acordado à medida que a gente se conhecia e percebia que isso era bom, era saudável para a nossa amizade e não machucava nenhum dos dois. Que bom seria se as pessoas aprendessem a ser verdadeiras na medida exata, sem usar o que acredita ser certo ou verdadeiro como forma de se vingar do outro.
Ouvir o que ele pensa sobre mim e sobre o que eu sinto me exigiu maturidade e humildade suficiente para abrir mão do afago verbal que eu sempre dispensei a ele às outras pessoas.  A diferença, a sutil diferença, entre o que o Henrique me diz e o que uma simples pessoa franca diria, além do bom senso é que ele não julga meu caráter, não me constrange e não me ofende.  Ele me traz à lucidez, me mostra a realidade como ela é, mas sem destruir meus sonhos, minhas crenças e meus desejos.
Precisando desabafar disse a ele que me envolvi com uma pessoa e que agora eu inevitavelmente sofria. E ele citou um provérbio que atribuiu a autoria aos árabes, mas no fundo eu acho que ele inventou aquilo na hora, só pra não ter a dureza de uma reprimenda. Disse: “Cabeçudinha, já diziam os árabes e você ainda não entendeu? Que num relacionamento sempre que está por cima é quem se envolve menos? E que você será sempre quem estará por baixo, por causa dessa sua entrega desmedida ao outro?” Eu podia simplesmente ignorar aquele recado e seguir adiante, como tantas vezes já fiz, mas preferi concordar. E refletir... Será essa minha dedicação ao outro sufocante ou insuficiente? Fundamental ou insuportável? Saudável ou doentio? Eternizado em meus gestos ou efêmero como o momento?  E me disse ainda: “Lidi, da próxima vez que alguém disser a você que é preciso viver o momento, que antes fique claro qual é o momento de cada um. Na maioria das vezes vocês estarão em ‘times’ tão distintos que o próximo momento pode demorar ou nunca existir.”
Enfim... obrigada pelas verdades destiladas com tanto carinho e cuidado. Serão válidas para SEMPRE!

segunda-feira, 19 de março de 2012

" Será que é tempo que lhe falta para perceber?"

Já fazia tanto tempo que ela não chorava. É bem verdade que antes as lágrimas eram frequentes, mas a vida tranquila que resolveu ter e os bons hábitos que adotou, entre eles o de se importar menos com o que os outros iriam pensar a seu respeito, lhe trouxe momentos de calmaria. Coração e alma leves, pés no chão. O que mais havia de querer?

Mas a sua ansiedade de querer saber o que vem depois do tchau, do beijo de despedida, da porta que se fecha, do boa noite engasgado, da luz apagada, lhe arrancou a paz. Talvez a imaturidade ou a impulsividade lhe trouxesse o inevitável: o afastamento daquilo que lhe trazia serenidade inenarrável.

Fazer o quê? Esperar, que o tal que cura tudo, por uns chamado de tempo, por outros de senhor da razão lhe devolva o que o insano levou.

Não lhe cabe a idéia de ser conveniente, não lhe serve o papel de estepe, a roupagem de oportuno não lhe cai bem. Melhor mesmo é ser única, é ser essencial, é ser o que te traz beleza ao dia e a insônia à noite. Se não for assim, melhor não ser nada! E dívida de nada é nada, não tem troco, não tem volta. Espera ela que não tenha também recomeço.

O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece.


Charles Bukowski


segunda-feira, 5 de março de 2012

Estudar a ciência do Direito tem me feito sofrer, tenho medo de perder a doçura, de ficar com o coração endurecido. Já dizia o famoso brocardo jurídico: “Dura Lex, sed Lex” (a lei é dura, porém é a lei). E o que é o operador do Direito sem a lei? Nada. Então não tem jeito, tenho que entender a rigidez das circunstâncias e me distanciar do meu mundo onde o céu é de brigadeiro.
Li um livro de Michel Foucault que trata da criminalidade e da delinquência, embora banhado de caráter sociológico, nenhum dos relatos foi lido sem repugnância. Estudar tudo isso não me faz perder a fé na humanidade, mas faz eu enxergar que princípios humanísticos pouco recuperam ou reintegram o bandido à sociedade. Triste constatação. Aí me vem um monte de questionamentos de ordem emocional e espiritual.
O jornalismo me trouxe tanta poesia e literatura e o Direito me traz tanta reflexão. Sou cada dia uma pessoa diferente. Sempre fui convicta em tantas opiniões, hoje muitas vezes eu solto: não tenho opinião formada a respeito. Pensava ser esse discurso de quem tem preguiça de pensar. De quem não tinha disposição para ler e tirar suas conclusões sobre determinado assunto. Hoje sou muito cautelosa em muitas abordagens. Aprendi com um grande mestre que não existem verdades absolutas que nem mesmo a ‘ Dura Lex’ é absoluta, que existem os magistrados e ministros para interpretá-la. Então, porque eu terei verdades absolutas? Por que justo eu, serei peremptória em minhas afirmações?
Cada lei que eu leio, cada artigo que aprendo, cada jurisprudência destrinchada me traz um infinito mundo de possibilidades, tem sido bom, mas doído, sofrido, Aprender é difícil. O jornalismo não foi mais fácil, mas mais prazeroso, sem dúvidas.
Que eu leve para sempre a tenacidade vinda do poeta em meu caminho:


“Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. E você aprende que realmente pode suportar...
que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida."

William Shakespeare

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ei, você sabe o que é SOLIDARIEDADE?

Ei você ai, sabe o que é solidariedade?


Imaginava que ser solidário era apenas entender a necessidade do outro. Ai vem a vida, vem o grande Deus e me mostra que ser solidário é bem mais. É antes de tudo sentir necessidade de partilhar, é perceber que acreditar no outro já é um grande caminho... Confesso que tinha deixado de acreditar, principalmente na humanidade e na sua boa vontade com o outro, mas sempre que estou quase totalmente desacreditada tenho provas de que ser gente ainda vale muito a pena.

Outro dia eu estava indo ao trabalho e o carro quebrou no meio do caminho, na faixa da esquerda, chovia muito e para bem falar a verdade eu não sei bem o que houve com o possante para me deixar assim na mão de uma hora para outra. Como a lei de Murphy me acompanha desde sempre, eu havia esquecido o celular em casa. A chuva era tanta que não adiantaria eu descer do carro, nem sequer para sinalizar o ocorrido. De repente parou um motoqueiro (e eu que tenho tanta cisma deles...) e me ofereceu ajuda, hesitei um pouco, mas não tinha muita escolha. Ele gentilmente empurrou o carro até o acostamento, me ofereceu o celular para pedir ajuda e pediu que pudesse tentar ligar o carro. Logo que ele deu partida o carro pegou, como num passe de mágicas. Pensei: “ Isso só pode ser uma lição, primeiro para que eu volte a crer que pessoas podem ajudar umas as outras sem esperar NADA em troca. Segundo para que eu volte a perceber que quem dá, é indiscutivelmente superior a quem recebe e terceiro para que eu pare de birra com os motoboys.... rsrsrsrs.



Brincadeiras a parte, que situação de grandes lições. Aliás, que semana de grandes aprendizados... Principalmente em como ser FELIZ com pouco, ou talvez perceber que o pouco quando dividido se torna grandioso e grandiosos são os momentos que uma pessoinha tão pequenininha tem me proporcionado. Momentos de descobrir sentimentos que eu sequer sei o nome e que sequer eu sabia que existia... Acho que a força dessa moça é tanta que me fez forte também. Jamais imaginei passar pela situação de ver minha amiga se desfazer de seus cabelos e não derramar uma lágrima qualquer. Minha querida, minha guerreira, eu queria muito achar as palavras certas, para te homenagear, para eternizar esse momento e para demonstrar o quanto eu me orgulho de você, mas elas somem...


Só sei que mais uma vez eu senti o que é SOLIDARIEDADE, não sei se fui solidária o suficiente, mas vi isso se concretizar ao ver o Moacir com os cabelos raspados e ao ver a Bia, lá toda segura, com a máquina em punho e coragem de dar inveja arrumando os seus cabelos. Naquele instante e só naquele momento eu entendi de uma vez por todas que eu precisava partilhar isso. Que é possível mudar o que parece não ter solução, bastando ter fé e muita coragem. Que ir além é ser superior interiormente e que o que vale é o que se traz no coração... E o meu coração hoje é mais nobre e essa nobreza vem da sua capacidade de ser assim: simples e grandiosa. Humilde e cheia de esplendor. Meiga e forte. Frágil e uma fortaleza. Paradoxos de um ser ESPECIAL, que encanta a todos e não por estar passando por este momento difícil, mas por ser o instrumento do Criador para tanto nos ensinar. Obrigada por TUDO!


terça-feira, 15 de novembro de 2011


Involuntário foi modo como nasceu esse sentimento. De uma insuspeitada maneira. Nem tive tempo de recusar ou de ignorar. E eu sempre dominada pelas emoções, lá estava completamente entregue. Achava-me sempre com a esperteza perspicaz de quem pode ser imune a esse tipo de circunstância. Mas que tola! A solução foi ficar ali, atenta àquela voz que gritava em meu interior dizendo que podia chegar mais perto, ao ponto de ouvir a respiração.

E hoje? Espero ansiosamente algo que me traga a paz, a fé, a felicidade mesmo que em pedaços... Essa espera afasta qualquer tristeza, qualquer medo. Lembro-me de um olhar marcante e verdadeiro que outrora encontrou o meu. Onde estará neste exato instante? Em quem estará? Quando voltará a estar sob mim?

domingo, 2 de outubro de 2011

Mais um da série: Textos que eu gostaria de ter escrito!



Não gosto de escrever posts com temas polêmicos. Não gosto de ficar incitando discussões até porque já disse em outras oportunidades que me reconheço uma “cabeça dura” convicta. Sempre ouço o que o outro pensa, respeito e até admiro, mas muito raramente submeto meu ponto de vista a mudanças. Não que eu pense ser perfeita, mas nasci assim: convicta, teimosa, opiniosa. Pode ser evolutivo ter que mudar tal traço, mas ainda não sei como colocar em prática sem me sentir violentada, agredida.

O post de hoje é polêmico a medida que traz a tona um assunto que mexeu muito comigo e com os meus colegas da faculdade. O assassinato de uma estudante, como nós, cometido por um de nossos Mestres. O assunto pipocou na imprensa local, nas redes sociais e até mídias internacionais citam o fato. O objetivo não é expor ninguém, mas nos fazer refletir sobre a vida, sobre sua fragilidade. Que é, e sempre foi, o objetivo deste blog.

Como disse num comentário no facebook o que é dito nas redes sociais e a velocidade da informação não estão sob meu controle, nem de ninguém. Então, como cada um fala o que quer, tem quem se revolte, tem que se compadeça com a família dos envolvidos, tem que defenda o professor e tem que acha que sabe tudo das coisas. Como disse um também professor em um desses comentários no facebook: “ Ninguém sabe nada!” O recado foi para mim... E eu não sei nada mesmo, mas sei reconhecer aquilo que me fere como ser humano, aquilo que me causa entranheza e sei ainda que nunca vou achar um homicidio coisa natural, que todos somos assassinos em potencial e que ele deve ter seus motivos para ter cometido tal ato.

Isso não é julgar, entendo perfeitamente que isso cabe a Deus e aos magistrados, o professor tem sim direito ao devido processo legal, ter garantido o contraditório e ampla defesa, mas pode sim ser submetido à comentários de repúdio ao ato sem que isso configure um julgamento antecipado. A população indignada que não tem a obrigação, imputada à magistratura, de agir com imparcialidade nesse momento. Admito que mesmo para mim, que estudei jornalismo e aprendi o que é imparcialidade e agora estudante de direito estou ciente dessa necessidade, ser difícil a total imparcialidade. Complicado para um cristão ver uma vida ceifada de modo brutal e ter a certeza que a justiça será feita apenas baseada no atual ordenamento jurídico brasileiro, cheio de brechas. Já ouvi de tudo, até que eu estou buscando a profissão errada, pois ajo com a emoção. Pode até ser, mas é o futuro quem dirá isso. O esforço para chegar lá é só meu e se ele não for valer a pena, só a mim cabe essa mensuração.

Como diz o título do post, abaixo segue mais um texto da série: coisas que eu gostaria de ter escrito... Transcrevi parte da nota do autor, do livro Código Penal Comentado, do jurista Rogério Greco. Reconheço o caráter laico do Estado, no entanto, sou Católica, estudei em colégios de freiras e padres durante toda a vida e isso contribuiu significativamente para a minha formação. Por isso me emociona sempre que leio textos de quem consegue trazer Deus para sua realidade e sua inspiração. Suprimi parte do texto, citações bíblicas, válidas, mas muito longas. O transcrito traz bastante do que penso e do que quero para mim. Fica a reflexão. Um abraço!


A humanidade caminha para o fim. Os meios de comunicação divulgam, quase que diariamente, atrocidades cometidas pelo ser humano. Filhos que matam os próprios pais, violência nas ruas, tráfico de drogas financiado pelas elites, políticos corruptos que, mediante a subtração de dinheiro público, fazem com que milhares de pessoas padeçam nas filas dos hospitais, crianças não tenham merenda escolar, remédios não cheguem às farmácias.

O homem, por opção própria, resolveu afastar-se do seu Criador. O meio jurídico, principalmente, vive na sua soberba. Pessoas arrogantes acreditam, muitas vezes, que o cargo que ocupam as faz melhores do que as outras. A inteligência, o conhecimento, o reconhecimento e a sensação de autossuficiência têm o poder de nos afastar de Deus e fazer com que tenhamos vergonha da Sua Palavra.

Criamos a ilusão de que nossas teorias jurídicas conseguirão, de alguma forma, resolver os problemas pelos quais a sociedade tem passado, embora, no fundo, saibamos que somos impotentes, pois o problema da humanidade não se resolve com leis.

O problema do homem está dentro dele. Embora rico, transformou-se em um miserável, pois resolveu virar as costas para Deus. Tudo foi criado por Deus para o nosso prazer. Nós, como filhos dEle, temos direito à sua herança. Se os homens tivessem conhecimento da grandeza e das verdades constantes da Palavra de Deus, entenderiam que Ele sempre tem o melhor reservado para nós.

Privamo-nos de tudo o que Deus tem reservado de bom para nós, simplesmente pelo fato de não O conhecermos. Homens têm o coração endurecido e quando têm um encontro verdadeiro com o Senhor, tornam-se amorosos; aqueles que vivem da prática de crimes já não tornam a delinqüir; enfim, quando o homem se voltar novamente para Deus, a humanidade se transformará. Não haverá necessidade de leis punindo este ou aquele comportamento, pois o homem, naturalmente, terá em seu coração o desejo de não fazer o mal.

Tenha certeza de que, no dia em que a humanidade fizer a opção de retornar aos braços, ao aconchego de seu Criador, já não haverá mais necessidade do Direito Penal. Que Deus abençoe você! Rogério Greco

segunda-feira, 5 de setembro de 2011


Já são quase quatro meses sem postagens. Não que eu não tenha nada importante a compartilhar ou que tenha ficado todo esse tempo sem escrever nada. Acho que a ausência de publicações se deve mais a este período de mudanças do que a qualquer outra coisa. Comento com a Sheilinha, que é quem está literalmente ao meu lado no dia a dia: “Cortei os longos cabelos, aboli as unhas compridas, coloquei alguns pontos finais, alguns pingos nos i’s, parei de beber cerveja, emagreci 8kg e mudei de atitude”. Continuo a mesma Lidi, chorona, emotiva, amiga, com TPM, que gosta de estudar, de trabalhar, de estar com a família e com os amigos. Mas algo em mim mudou, ainda não sei bem o quê e se a mudança é para melhor, mas tem sido bom...
Atrai desse modo coisas boas. Tenho que acreditar nisso. E acredito! Tudo que vem, vem por uma razão, vem para ensinar, vem para somar... Se assim não for, a culpa é minha.
Fim de relacionamento, seja ele qual for e de que tipo seja, é sempre fim e fim é doloroso. Só o fim do sofrimento não é. E relacionamento sofrido tem mais é que a acabar. E não é que acaba? Acaba quando a gente quer o fim. Quando a gente quer o ponto final, a página virada, a vida nova. E eu quis!
Uma das melhores coisas da vida é ficar só. Você pode ouvir as músicas que quiser, pode ficar com a casa arrumada ou bagunçada, pode se vestir bem ou confortavelmente, ficar com salto alto ou de pé no chão... Nunca fui do tipo que precisa estar colada em alguém, gosto de ler meus livros, ver meus filmes, arrumar meu quarto quando bem sentir vontade, ouvir meus sambas, meu Chico Buarque, minhas músicas católicas e muitas dessas coisas não dão para fazer acompanhada, só dá para fazer só...
Mas aí vem o destino, os astros ou o próprio Deus e muda tudo o que você tinha planejado. O que fazer diante disso? Acordar com um sorriso gigante em plena segunda? Isso mesmo. E por quê? Porque o fim de semana foi especial, cheio de bons encontros...
Li logo cedo, em um livro de cabeceiras, uma frase atribuída a Nietzsche: ”Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia!” Muito prematuro avaliar se duradoura tal companhia será, mas verdadeira foi. Pelo menos de minha parte. E pelo menos eu senti isso na doação de um abraço aconchegante... e viva os apertos de mão acompanhados de olho no olho.

quinta-feira, 26 de maio de 2011



Hoje não acordei muito bem. Nada físico, só cansaço resultado das madrugadas sobre os livros...Dia feio, tímido, sem sol. Amanheci chorando. Um pouco de cólica, de saudade... Meio chuvoso, chuva me traz uma melancolia, mas gosto do frio... Uma vontade de pensar sobre as coisas, uma vontade de fazer mais por mim, por você, por todo mundo. De ser melhor, no meu trabalho, com minha família, com meus amigos, com meus estudos... Mas Sem muita disposição para isso.
Questionei de novo minhas escolhas e sempre esqueço que elas estão bem aqui, no coração. Não pense que está no colo de um, na mão de outro. Não se adie, por favor. E não se entregue. Aconteça o que acontecer: não se entregue! Não mude seu jeito por ninguém. Mude suas caras, bocas e trejeitos se quiser, quando estiver a fim. A gente é o que é, e quem não gosta, paciência. Não se traia, não se mude, não se mova. Seja você.
As vezes penso que deveria gostar mais de mim. Mesmo com minhas estranhezas, carências de todos e gêneros e incertezas. Mesmo com meus medos, e eles são tantos, principalmente quando a madrugada chega e o sono não. Tenho medo!
Quanto mais o tempo passa mais percebo o quanto somos pequenos. Tão pouco. Temos tanto o que aprender, o que conhecer. E ao mesmo tempo ficamos estagnados, petrificados. O mundo não para de rodar, nos obriga a decidir, a partir, a ficar, a voltar. E ninguém pergunta o que você quer, como você se sente, o que pretende, o que sonha, se está feliz, satisfeito, se existe algum jeito. Melhor se contentar que há pra tudo um remédio, saída, solução?
Reflita. Se perceba. Se decida. E procure ser feliz hoje. Buscar você mesmo em algum canto. E abraçar, beijar, seguir em frente sem olhar o que ficou e ficará!

segunda-feira, 23 de maio de 2011


Eu sei que deveria olhar para minha própria vida e para meus erros antes de sair por aí dizendo coisas inacreditáveis sobre os outros, antes de querer ser a mulher maravilha imbatível, que sei que não sou, mas tento parecer ser. Mesmo assim por favor, me respeite. Até porque eu nem sempre me respeito e preciso que você faça isso. Muitas vezes me passo a perna, puxo meu próprio tapete, esqueço de mim e de tudo que eu quero, me maltrato. Muitas vezes me machuco de propósito, quando posso evitar e não o faço. Faço-me sofrer gratuitamente. Saboto-me. E me arrependo e me arrependo. Arrependo-me, mesmo. Tento me pedir desculpas, algumas vezes me perdoei, não adianta a gente carregar uma cruz pesada, insuportável, não adianta a gente bater com a cabeça na parede e se ferir, a gente tem que se perdoar. Então, me perdoei.
Posso pedir uma coisa para você? Me perdoe também. Desculpa se às vezes falo sem pensar, se vomito as coisas de uma forma boba, se pareço criança mimada e estúpida, se sou tão cabeça dura a ponto de ficar cega. Desculpa se às vezes fico surtada, emburrada, chorona e carente. Desculpa se meu orgulho é um dos meus piores defeitos. Desculpa se tenho um lado crítico bem mais forte do que deveria. Desculpa se sou ciumenta com as minhas coisas, com minhas amigas e com meus livros. Desculpa se nem sempre eu sou doce como você espera que eu seja. Desculpa se muitas vezes eu faço birra como se tivesse cinco anos de idade. Desculpa se eu não sou uma pessoa tão boa assim. Desculpa, desculpa mesmo. Desculpa se tenho sentimentos estranhos como ira, inveja, preguiça e todos os outros sete pecados capitais reunidos. Desculpa por ter os defeitos que os seres humanos têm e eu não gosto de tê-los!
Quantas vezes eu me culpo: Por que eu não fui mais forte? Por que não segurei a onda? Por que que eu tinha que chorar naquela hora? Na frente de todo mundo? Por que sempre acho que se minha mãe estivesse viva as coisas seriam mais simples? Por que eu não consigo superar essa ou aquela dificuldade? Quantas e quantas vezes me sinto pequena, diferente, louca.
Hoje acordei e me perdoei por ter chorado de medo tantas e tantas vezes e ter sido mal agradecida. Não enxerguei o sol que se escondia atrás das nuvens, não me coloquei no meio da situação como tantas vezes o Leo me ensina. Hoje, aprendi que posso conviver com isso. E que sou mais forte do que fui ontem! Perdoe-se você também e seja mais forte hoje do que fostes ontem! Paz no coração dos homens de boa vontade!

"A dor não pede compreensão, pede respeito. Não abandonar a cadeira, ficar sentado na posição em que ela é mais aguda..." (Fabrício Carpinejar)

domingo, 8 de maio de 2011



Se pudesse escolher mudar algo em mim talvez escolhesse sentir menos e menos e bem menos... Seria bom não ser tão intensa. Não precisa de tanto. Mas não adianta, já fiz promessas de mudar, de aprender a ligar aquele botãozinho do F@#%*, mesmo assim tudo me atinge, me consome de uma maneira arrebatadora, me violenta, me enche de uma alegria estonteante, me faz derramar lágrimas e mais lágrimas e me maltrata de uma forma absurda. Tem jeito não, nasci para ser dramática e intensa.

Estou fadada a ser maltratada. A vida maltrata quem sente demais, acabo sofrendo mais do que quem leva a vida com leveza. Tudo me importa, tudo é exagerado e tudo é sentido no corpo e na alma. E se quem sente muito tem a alma maior que as outras, a minha ultrapassa os limites de mensuração.

Estou longe, mas beeeeem longe mesmo de ser alguém sem defeitos, mas eu sempre agi de acordo com o que o meu coração manda. Depois de algumas decepções eu titubeio certas vezes, penso em agir com a razão e não correr o risco de ser enganada de novo, mas sempre volto atrás.

E essa mania de sentir tudo me faz até sentir dores que não são minha, tomo as dores dos outros, sofro por eles, me preocupo... Mas eu sou assim, esse é meu jeito, eu sempre fui assim e acho vou ser assim para sempre. Acho que não seria tão bom assim ser menos intensa. Já que é para viver que seja assim: INTENSA! Melhor que passar a vida empurrando tudo com a barriga, sem ligar para o próximo, sem se importar com nada, nem com ninguém.

Não sei se as circunstâncias e situações da vida me fizeram ser assim, se eu nasci assim, se o mundo e as pessoas quiseram que eu fosse assim. Só o que sei é que eu SINTO. A realidade me consome e meus sentimentos são intensos e avassaladores, é isso... E basta!

"Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias." (Fernando Pessoa)

sábado, 7 de maio de 2011

Sobre o dia das mães...



Não gosto das festas comerciais, essas que o capitalismo nos impõe goela abaixo. Mal passou a Páscoa já enlouquecem mudando as vitrines. Saem os coelhos com seus ovos de chocolates e entram mulheres com aspectos de ternura. Nada contra a comemoração, mas tenho minhas implicâncias. É assim com o Natal, dia dos namorados (esse é o pior de todos, oh diazinho mais besta, mais sem motivos para comemorações), dia dos pais e das mães. Tenho enorme e desmedida admiração ao ato materno, tanto que aos 19 anos resolvi me submeter a ele sem ter gerado a criança a quem cuidei (e cuido) como minha. Mas não gosto de ser obrigada a comemorar algo só porque é convencional.

Essa semana conversei muito com uma amiga do trabalho que perdeu a mãe recentemente e temia a data de hoje. Nesse ponto deixo meu romantismo e minha doce forma de me expressar de lado, baixa o super sincero e digo na lata: Doi não ter mãe para comemorar, nem para se desesperar no sábado à tarde porque não comprou o tal presente que a publicidade insiste em afirmar que você tem que comprar. E essa dor vai durar enquanto você estiver viva.

Nunca comprei um presente para minha mãe. Quando ela morreu eu era uma criança e o máximo que dei a ela nos poucos anos que vivemos juntas foram aquelas lembrancinhas de escola. Lembro que o último foi um caderninho de receitas que até outro dia eu usava para preparar algumas delas. Fico vendo minhas amigas saírem para o shopping com suas mães e penso que se fomos, eu e minha mãe, juntas ao shopping alguma vez, definitivamente eu não me lembro.

Nada de questionar os desígnios de Deus. Mas de refletir sobre o verdadeiro motivo de comemoração, que em minha opinião devia definitivamente mudar de nome e passar a ser somente HOMENAGEM. Fica aqui a minha homenagem, o meu CARINHO, meu eterno AFETO e AGRADECIMENTO a TODAS vocês que foram em MUITAS ocasiões a MÃE que Deus não permitiu que eu tivesse... Em primeiro lugar minhas tias que são minhas mães até hoje, meu refugio e exemplo maior: Marlise, Jacqueline e Noemi. A minha madrinha Maria Clara. Às minhas amigas mamães Lucélia, Suele, Sheila, Simony, Cris, Luciene, Tati, Raquel, Luciana, Macelinha, Suzzy, Dani, Fernanda, Francy. Minha Irmã e minha querida prima Cristina e a todas as mães dos meus amigos que generosamente me acolhem Cida, D. Glória, D. Z, Regina, Ana, Eva e Cissa (Que generosamente me intitula a filha que Deus não deu a ela... “Sua filha” te ama!) FELIZ DIA DAS MÃES A TODAS VOCÊS!!!

sábado, 30 de abril de 2011


Olha eu de novo pensando naquele papo de que tudo passa. De tudo tem a hora certa. De que o tempo cura tudo. Será mesmo? Já ouvi (e falei também) tantas vezes: “Fica assim não, vai passar!”. E agora eu pergunto: Tá, vai passar quando? E tal hora certa, foi por acaso expulsa da cronologia da minha existência?

Não adianta só acreditar que vai passar. Tem horas (e essa é uma delas) que se apegar a isso é muito pouco. O que queremos mesmo é saber a data certa: dia, mês, ano e hora. Que eu sou forte e aguento esse tempo chegar, disso eu sei, senão já tinha sucumbido. Mas até essa fortaleza toda se pergunta quando acaba essa angústia, essa dor que não cessa...

Eu fico aqui com a companhia da noite, o vento e o vazio que nunca será preenchido. Junto com os fantasmas que assolam e assombram aquele mundo, aquele pensamento que pede para que a hora certa breve seja.



"Dizem que o tempo ameniza
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade
É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria!"

(Emily Dickinson)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

" Este corpo no final será misturado com a lama. Porquê permanecer na arrogância?" (Kabir)
A Ju sempre tem uma observação sobre o meu modo de criticar as coisas e as pessoas. Ela sempre se compara a mim quando está assim, muito observadora e exigente. O Eduardo ainda nem me conhece direito e outro dia comentou sobre o meu olhar crítico, como ele mesmo definiu esses meus apontamentos sobre pessoas e situações. Hora de pensar no limite entre a diferença entre ser arrogante e ter um teor crítico apurado.
Não me considero arrogante. Hoje, num treinamento no meu trabalho, outro Eduardo falava sobre o que a gente considera e sobre o que de fato o outro pensa sobre a gente. Fiquei com medo de parecer arrogante e me assemelhar a seres esnobes que eu abomino. Difícil limite, complicada reflexão.
Pensei que talvez fosse melhor mesmo ser mediana, não faria tanta diferença nesse mundo em que quase tudo se aceita. Talvez, quem sabe se o conformismo fosse meu companheiro, as coisas não seriam mais fáceis para o meu lado?
Para quê tanta persistência, tanta indignação diante do que não se concorda? E por que não se concorda? Por que eu tenho que questionar o tempo de 2h para se realizar uma prova que merecia o dobro? Por que eu não acho normal as pessoas furarem fila ou andar no acostamento só para se livrarem do engarrafamento? Por que eu fico tão magoada com a maldade do ser humano se eu aprendi na pele que ele é ruim por natureza?
Mesmo falha, mesmo caindo e tendo que bater a poeira do corpo e seguir em frente com minhas derrotas e sabendo que sou muitas vezes injusta e ingrata não consigo achar certas coisas naturais, assim como é o envelhecer. É, envelhecer é natural, a morte é natural, vai acontecer quer queira, quer não, não dependem da nossa vontade, mas o que o homem pode modificar, geralmente ele estraga, torna pior...
E não há, por enquanto, nada que me faça mudar. Sigo por aqui admitindo minha própria precariedade, meu pouco amor próprio, meu excesso de autocrítica e de crítica alheia. Sigo reclamando das roupas que visto, das raivas que sinto, das dores e da mágoa que ainda carrego e apesar dos pesares ainda persisto.
Só peço a Deus sabedoria e humildade suficiente para não me tornar ou não parecer arrogante, soberba...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pequeno inventário de sentimentos

Dica: Assista o vídeo e só então leia o texto...
Acho que nunca contei a ninguém, mas eu choro (literalmente) ao escrever cada texto destes que coloco aqui. Vários outros foram escritos e não estão aqui. Certeza que não houve lágrimas. E por isso aqui não cabem. Não que este seja o critério merecedor escolhido por mim para que possa ocupar essa página, mas é que certamente não mexeram comigo e se não mexem não tem razão de serem publicados.

O de hoje, especialmente, mexeu muito. Desde ontem escrevo uma linha e paro. Não é culpa da ausência de inspiração, pois a matéria prima deste é para lá de inspiradora. O motivo é que envolve tantos sentimentos virados e revirados que me falta as palavras certas e o encaixe perfeito que faz jus.

Amo ter por perto o sorriso mais sincero que passou por minha existência e que só o Gut sabe oferecer sem cobrar nada em troca. Adoro como a Karen me diverte, me acalma, joga minha auto-estima lá em cima e me perdoa com uma facilidade ímpar, mesmo quando a deixo sozinha na boate e vou embora com um recém conhecido. Mas o que eu gosto mesmo nela é a maneira de dizer coisas sem pudor com o olho direito carregado de malícia e o esquerdo de ingenuidade de alguém que só quer ser feliz e nada mais. Gosto da sinceridade genuína da Adriana e do abraço sempre carinhoso do Raphael. Me conforta a presença forte da Cleo na vida do rabujento e adorável Uilson, que sempre sintoniza a maneira engraçada de se comunicar com a seriedade nos momentos necessários. O motivo do post além de declarar mais uma vez o meu amor incondicional a vocês é sem dúvidas um manifesto de agradecimento a Deus e a vocês por tudo que são e que se permitem. Não esqueci do Leo, nem da Denise, mas é que falar de si mesmo é complicado e vocês são o que eu sou... Ou pelo menos o ser-humano que eu gostaria de ser, assim mesmo com esse monte de defeitos, mas carregados de qualidades e sensatez. Mas e a Ju? Mais complicado ainda pois ainda não há na língua Portuguesa adjetivo capaz de qualifica-la. Muitos falam da doçura, até exagerada, da maneira como conduzo os meus relacionamentos. Isso porque não conhecem ou não conviveram com a Ju. Que me ensinou o significado de tantas palavras (nem estou falando da PICAMALÁCIA) que eu sabia que existia, mas nunca tinha vivenciado os verdadeiros significados como por exemplo: decência , retidão e equidade. Que o que nos une seja eterno enquanto dure e que dure infinitamente.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

E eu que...


Como um efeito de mágica ou de retrocesso de afeto, aquilo que em outras noites a fez sorrir com a mais branda das ternuras, agora começa a sumir.

Aquilo que a fez mergulhar num mar de prazer agora escorre ralo abaixo. Como pude deixar isso acontecer? Logo eu, que amo com todo o significado que esse nome carrega. Acordei e já não encontrei mais o amor que estava ali há poucas horas.

Eu que acordei com desamor, não me arrependo. Amei secretamente e deixei de amar ao ser descoberta. Amei porque era distante e deixei de amar porque se aproximou. Eu que amo as coisas simples e os pequenos gestos, me desagradei com as grandes demonstrações de afeto

Eu que sempre tive muito mais medo de ser amada do que de amar. Muito mais medo da entrega do outro do que da minha própria. Acordei prometendo não amar mais até o próximo amor que mereça esse desvario.

Eu que sempre demonstrei demais, acordei com a frieza dos sensatos. Eu que escrevo lindas cartas de amor acordei e me desnudei em um duro bilhete de desamor.

Eu que me aproprio do amor sentido pelos grandes poetas e compositores não encontro mais as palavras certas para demonstrar o significado de algumas sensações.
 
"Sou a esperança perdida, o sonho não realizado.
Sou o desamor que ainda ama.
A alma que perambula por sua vida." (Sergio Fajardo)


terça-feira, 9 de novembro de 2010


Você sabe amar? Eu não sei! Muito difícil aceitar as pessoas assim como elas são e muito menos do que eu desejo que elas sejam. Achei que amava, mas percebi que não, pois entendo que o amor perdoa, lança fora mágoas e apaga as cicatrizes gravadas no coração ferido e aquilo que eu sentia não foi suficiente para fazer isso acontecer.

O bem da verdade, acho que sei amar na mesma medida que sei tantas outras coisas, como por exemplo, política, quando na verdade tudo que tenho são algumas opiniões sem muita fundamentação ideológica que por vezes não seguem muito bem um parâmetro de coerência. Sei que sou de esquerda e defendo o socialismo, mas do jeito que as coisas estão, difícil apontar o que é esquerda e o que não é, ou então dissociar o capitalismo de todos os outros “ismos”. Digo que gosto de boa música e aí se encaixa um pouquinho de tudo. Mas música boa é puro gosto pessoal e por aí vai com um monte de outros assuntos que acho que sei, que domino e no final das contas, sei bem pouco ou conheço quase nada. E assim é com o amor.

Não sei amar e não sei se alguém sabe, mas acho que sim. Tem gente que realmente parece saber o que fazer, onde colocar as mãos, o que dizer e quanto tempo esperar, em que momento calar, eu não sei nada disso. Todo mundo que conheço tem uma ou duas ou mil histórias de corações partidos e dor imensurável. Por essas e outras acredito que seja impossível que minha alma gêmea vá aparecer justamente na minha vida. Ou que ela tenha nascido em algum lugar próximo a mim, ou que trabalhe no mesmo lugar que eu, que tenha mais ou menos a mesma idade, os gostos parecidos, que fale a mesma língua, que seja do sexo oposto... Não, não dá! Teria que ser muita coincidência!

Por mais contraditório que possa parecer eu sinto tanto amor... Por tudo! Não por uma determinada pessoa e nem por uma coisa particular, mas é transbordante. É um amor destrambelhado e sem medidas, que segue torto e atropelando tudo, quebrando tudo, deixando dívidas, dando enormes dores de cabeça, mesmo com todos esses estragos, será que ainda assim é amor?

Esse amor que sinto pode ser resumido em um velhinho tocando sanfona no semáforo. Ou então em uma criança gordinha chorando pelo sorvete que caiu no chão. Ou naquele momento em que as pessoas se tornam únicas. Poderia ser um sorriso. Um cão preso à coleira. O terço no túmulo dos meus avôs... Tanta coisa que transmite e traduz esse amor.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Recado para D. Tereza


Esta noite a febre veio mais forte. Não sei conter ou amenizar os sintomas que me fragilizam, não mais que a saudade que eu sinto agora. Eu precisei tanto de você. Do seu colo, seu afago, de você me levando na benzedeira pra tirar tudo de mau que havia dentro de mim. Ai como doí, como eu queria que você estivesse aqui e que toda essa dor pudesse passar com água benta e um sinal da cruz feito por sua mão enrugada. Já são 10 anos sem você. Será que nunca irei me acostumar? Me deixou órfã do amor mais terno e verdadeiro que eu já tive na vida. Um amor que pedia um abraço macio, uma barra de saia e paciência infinita... Do que sinto mais falta não sei dizer, mas hoje eu só precisava do aconchego dos seus braços cansados. Sua presença me acolhia. Era olhar pra você e trazer de volta tudo aquilo... Você não dizia nada, mas eu sabia. Hoje, o que eu sei é que saudade assim não dói todo dia. Mas quando dói, abre o peito da gente e se mistura a outras dores residentes. Eu pedi tanto. E sabia que você não faltaria. Aquele machucado no joelho, foi você quem cuidou. Aquela garganta outrora inflamada como agora foi tua fé e teu cuidado que curou. Eu tive certeza que só um curativo feito por você me acalmaria essa inflamação de agora. Obrigada por embalar meu sono mais uma vez.




"Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer."

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Um pouco sobre mim.... e sobre muita gente!!!

"Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação!"
Mário Quintana



Nunca consegui dormir em rede. Tenho fios de cabelos brancos desde os 14 anos. Já caí no sono sem tomar banho. Fiquei muito triste quando percebi que não era mais criança. Pelo menos uma vez por semana fico mal humorada (A Sheilinha que o diga!). Faço amigos com muita facilidade. Apego-me às pessoas com mais facilidade ainda. Adoro estudar e mais ainda de ler e escrever. Sonho acordada todos os dias. As vezes falo demais e outras tantas falo pouco ou quase nada. Detesto dentista. Já fiz duas cirurgias, preciso fazer outra e vou adiar o quanto puder. Não jogo lixo na rua. Preocupo-me verdadeira e demasiadamente com quem eu gosto. Não tenho medo de altura, mas prefiro manter os pés bem firmes no chão. Nunca passei um trote. Nunca saí do Brasil e diferente de muitos sonhadores metidos a besta não pretendo fazer isso tão cedo. Tenho muito mais pesadelos do que bons sonhos. Não me agrada a possibilidade de levar vantagem em cima dos outros. Ouço todos os tipos de música. Fico cansada facilmente. Adoro supermercado. Compro quase tudo que oferecem nos ônibus e sempre ajudo as crianças malabaristas dos semáforos. Sou intolerante ao extremo com injustiças. Já fui doente de ciúmes, hoje em dia nem tanto. Muitas e muitas vezes prefiro me calar para evitar discussões, mas poucas vezes submeto meus pontos de vista e convicções a mudanças. Aprecio uma boa companhia. Gosto do gosto da cerveja, as vezes prefiro vodka, mas fico muito tempo sem um ou outro e não sinto a menor falta. Adoro jogar conversa fora e conversar com meus amigos. Prefiro o frio ao calor e não suporto o clima seco. Sou muito sincera e transparente e me decepciono muito quando não são comigo. Defendo quem eu amo com unhas e dentes e somente por eles sou capaz de arrumar briga. Sempre como o recheio das bolachas primeiro. Nunca sonhei com o dia do meu casamento e talvez por isso ele não tenha acontecido. Choro a toa. Sinto vergonha pelos outros. Adoro alface. Apesar de já ter tido prova de que as vezes não vale a pena, acredito muito no ser humano e em sua boa vontade para com o próximo. De vez em quando finjo não ouvir o telefone tocar. Já fiquei com alguém sem vontade e já beijei outros por falta de opção. Urbana até o último fio de cabelo, não curto mato, roça e afins. Sou mãe sem nunca ter parido. Amo cozinhar e faço a melhor torta de frango da cidade. Detesto miojo e Yakult. Já me senti bem perto da morte. Adoro dirigir. Já cobicei o homem alheio e algumas vezes fui correspondida. Amo sapatos. Já comi muita marmita fria. Tenho dois irmãos e a melhor irmã do mundo. Não sou muito fã de piadas, mas admiro o humor ‘stand up’ criativo. Adoro desenho animado. Tenho medo dos felinos. Amo ler revistas, até as de adolescente. Já senti culpa sem ter e já me omiti quando sabia que tinha. Não gosto de guaraná e seus derivados. Detesto melancia. Tomo leite com Toddy todos os dias até hoje. Já enfiei o pé na jaca. Gosto muito mais de dar presentes do que de receber. Sempre que é preciso peço desculpas e sei voltar atrás quando erro feio com alguém. Nunca arrumei confusão. Amo farinha e milho verde. Nunca mudei de casa. Já pensei em largar tudo por causa de alguém (ainda bem que não fiz). Amo alguém que mora em outro estado. A única vez que colei, foi numa prova de física no ensino médio. Já me fizeram de besta. Acredito que minha mãe virou uma estrela, mora perto de Deus e lá do alto vê tudo o que faço. Nunca plantei bananeira. Já fui traída e trocada. Já tive sentimentos ruins que até hoje não descobri o nome deles e por isso desejei muito mal a uma pessoa, afirmo que este é o pior sentimento do mundo e que nunca mais quero voltar a sentir. Sou uma legitima criada com vó. Não sou apegada a grana, mas fico muito mal quando falta. Meu melhor amigo é tetraplégico e há muito deixamos de ser só amigos para nos tornarmos irmãos, com todo significado que a palavra traz. Já adulta tive um feijãozinho plantado num algodão e chorei por não ter o cultivo prosperado. Já fiz tempestade em copo d’agua. Sempre olho nos olhos quando falo com alguém. Já experimentei fumar e quando lembro o gosto sinto ânsia. Adoro filme brasileiro. A primeira vez que andei em um brinquedo de parque de diversões, foi há uns três anos e esta é a melhor recordação de uma história que acabou tragicamente. Tenho medo de trovão e de solidão. Trabalho há 11 anos, nunca fui demitida e estou no meu quinto emprego. Fiz o Segue-me há 14 anos e até hoje tenho tios, tias, primos e afilhados daquela época. Já atropelei uma mulher e fui parar na delegacia. Já magoei pessoas que eu amava. Muitas vezes sou ingrata e outras tantas desleixada. Já pedi para o tempo correr e outras tantas vezes também para ele parar. Já prometi coisas sabendo que nunca cumpriria tais promessas. Já me decepcionei com Deus e depois vi que eu é que não fui fiel o suficiente. Já enrolei no trabalho e já matei aula sem motivo só pra ficar dormindo. Já fui de penetra em festas. Não costumo dar ouvidos à minha intuição mesmo sabendo que ela nunca falha. Sou irônica, muitas vezes indevidamente e sarcástica onde este não cabe. Amo cachorro e tenho sentido falta de ter um. Sou madrinha de Crisma da Suele e do Hugo, mas não tenho afilhados de batismo ainda. Tenho primos que moram longe, até fora do Brasil, mas que fazem aquela falta. Já trabalhei de madrugada. Quando tinha sete anos brincava sozinha de jornalista e entrevistava minhas bonecas. Nunca fui fã da Xuxa, aliás, nunca fui fã de ninguém. Já tive que empurrar meu carro e trocar pneu na chuva. Só ouvi barulho de tiro uma única vez e acho que não sei reconhecer. Fui catequista por três anos e estes foram sem dúvidas os melhores da minha vida. Aos 14 anos meu melhor amigo do colégio morreu após uma queda de um cavalo e demorei muito tempo para aceitar porque os jovens morrem. Nunca consegui concluir uma doação de sangue, sempre desmaio antes. Nunca andei de patins. Sei nadar, mas tenho pavor de água corrente. Já realizei um sonho de consumo. Já me importei excessivamente com o que iriam pensar a meu respeito e a maturidade me ensinou que não importa o quanto eu me esforce nunca vou conseguir agradar a todos. Entendi que a busca incessante por qualquer coisa é insana seja felicidade ou juventude é desperdício de tempo e de energia. Amo passar os fins de semana com minha família. Tenho uma excelente memória. Não sou de frescurinhas, mas tenho minhas manias e vontades.

Mesmo sabendo disso tudo muitas e muitas vezes fico me perguntando: qual meu papel nesse universo? Qual a pretensão de Deus em me trazer a este mundo e me manter viva até agora? Qual a minha missão nessa imensidão de possibilidades?

E você, já sabe o que veio fazer por aqui?


"É curioso como não sei dizer quem sou.
Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer.
Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
(Clarice Lispector, sempre Clarice!)

domingo, 10 de outubro de 2010

Marisa Monte - Infinito Particular

Meu infinito particular

Meus segredos velo.
Aos meus afetos me entrego.
Sem a menor pretensão de que aconteça
Sem medo de que me aborreça
Acontecem tantas coisas que não tento mais entender
Apenas deixo que seja em mim o que tiver de ser
São invenções, conclusões à toa
Coisas bobas, coisas minhas, assim na boa
Delirante, mas não deixo que nada se acumule
Acúmulo de sentimento, de segredo... Nada
Tudo se transforma
Se permiti que acontecesse
Se ousei tentar algo novo
Nunca sabemos o que nos espera
Mas podemos deduzir pelo que plantamos
A vida é complexa por ser cheia de deduções
Por não termos a menor idéia do que virá
Mas que graça teria ela, se assim não fosse
Viver é tão arriscado e não viver tão frustrante!
Me apaixono todos os dias
Por pessoas que não conheço, por lugares que descubro
Pelos amores que já tenho...
E cada vez mais, sinto vontade de me sentir apaixonada
Cada vez mais desejo passar mais tempo contando as estrelas
O tempo, infinito de possibilidades..
Me dá sabedoria para aproveitar os bons momentos, sabendo
Que um segundo atrás é diferente do que vivo agora
Que por minha vida passam pessoas especiais que amanhã não poderão mais estar comigo
Que posso aprender com as lágrimas
Cada segundo em meu infinito particular vale a pena
E depende da presença da energia
Da cor, do vento, da natureza e de tudo que amo
Porque ser feliz é possível, e compartilhar a felicidade é ainda mais emocionante...