terça-feira, 15 de novembro de 2011


Involuntário foi modo como nasceu esse sentimento. De uma insuspeitada maneira. Nem tive tempo de recusar ou de ignorar. E eu sempre dominada pelas emoções, lá estava completamente entregue. Achava-me sempre com a esperteza perspicaz de quem pode ser imune a esse tipo de circunstância. Mas que tola! A solução foi ficar ali, atenta àquela voz que gritava em meu interior dizendo que podia chegar mais perto, ao ponto de ouvir a respiração.

E hoje? Espero ansiosamente algo que me traga a paz, a fé, a felicidade mesmo que em pedaços... Essa espera afasta qualquer tristeza, qualquer medo. Lembro-me de um olhar marcante e verdadeiro que outrora encontrou o meu. Onde estará neste exato instante? Em quem estará? Quando voltará a estar sob mim?

domingo, 2 de outubro de 2011

Mais um da série: Textos que eu gostaria de ter escrito!



Não gosto de escrever posts com temas polêmicos. Não gosto de ficar incitando discussões até porque já disse em outras oportunidades que me reconheço uma “cabeça dura” convicta. Sempre ouço o que o outro pensa, respeito e até admiro, mas muito raramente submeto meu ponto de vista a mudanças. Não que eu pense ser perfeita, mas nasci assim: convicta, teimosa, opiniosa. Pode ser evolutivo ter que mudar tal traço, mas ainda não sei como colocar em prática sem me sentir violentada, agredida.

O post de hoje é polêmico a medida que traz a tona um assunto que mexeu muito comigo e com os meus colegas da faculdade. O assassinato de uma estudante, como nós, cometido por um de nossos Mestres. O assunto pipocou na imprensa local, nas redes sociais e até mídias internacionais citam o fato. O objetivo não é expor ninguém, mas nos fazer refletir sobre a vida, sobre sua fragilidade. Que é, e sempre foi, o objetivo deste blog.

Como disse num comentário no facebook o que é dito nas redes sociais e a velocidade da informação não estão sob meu controle, nem de ninguém. Então, como cada um fala o que quer, tem quem se revolte, tem que se compadeça com a família dos envolvidos, tem que defenda o professor e tem que acha que sabe tudo das coisas. Como disse um também professor em um desses comentários no facebook: “ Ninguém sabe nada!” O recado foi para mim... E eu não sei nada mesmo, mas sei reconhecer aquilo que me fere como ser humano, aquilo que me causa entranheza e sei ainda que nunca vou achar um homicidio coisa natural, que todos somos assassinos em potencial e que ele deve ter seus motivos para ter cometido tal ato.

Isso não é julgar, entendo perfeitamente que isso cabe a Deus e aos magistrados, o professor tem sim direito ao devido processo legal, ter garantido o contraditório e ampla defesa, mas pode sim ser submetido à comentários de repúdio ao ato sem que isso configure um julgamento antecipado. A população indignada que não tem a obrigação, imputada à magistratura, de agir com imparcialidade nesse momento. Admito que mesmo para mim, que estudei jornalismo e aprendi o que é imparcialidade e agora estudante de direito estou ciente dessa necessidade, ser difícil a total imparcialidade. Complicado para um cristão ver uma vida ceifada de modo brutal e ter a certeza que a justiça será feita apenas baseada no atual ordenamento jurídico brasileiro, cheio de brechas. Já ouvi de tudo, até que eu estou buscando a profissão errada, pois ajo com a emoção. Pode até ser, mas é o futuro quem dirá isso. O esforço para chegar lá é só meu e se ele não for valer a pena, só a mim cabe essa mensuração.

Como diz o título do post, abaixo segue mais um texto da série: coisas que eu gostaria de ter escrito... Transcrevi parte da nota do autor, do livro Código Penal Comentado, do jurista Rogério Greco. Reconheço o caráter laico do Estado, no entanto, sou Católica, estudei em colégios de freiras e padres durante toda a vida e isso contribuiu significativamente para a minha formação. Por isso me emociona sempre que leio textos de quem consegue trazer Deus para sua realidade e sua inspiração. Suprimi parte do texto, citações bíblicas, válidas, mas muito longas. O transcrito traz bastante do que penso e do que quero para mim. Fica a reflexão. Um abraço!


A humanidade caminha para o fim. Os meios de comunicação divulgam, quase que diariamente, atrocidades cometidas pelo ser humano. Filhos que matam os próprios pais, violência nas ruas, tráfico de drogas financiado pelas elites, políticos corruptos que, mediante a subtração de dinheiro público, fazem com que milhares de pessoas padeçam nas filas dos hospitais, crianças não tenham merenda escolar, remédios não cheguem às farmácias.

O homem, por opção própria, resolveu afastar-se do seu Criador. O meio jurídico, principalmente, vive na sua soberba. Pessoas arrogantes acreditam, muitas vezes, que o cargo que ocupam as faz melhores do que as outras. A inteligência, o conhecimento, o reconhecimento e a sensação de autossuficiência têm o poder de nos afastar de Deus e fazer com que tenhamos vergonha da Sua Palavra.

Criamos a ilusão de que nossas teorias jurídicas conseguirão, de alguma forma, resolver os problemas pelos quais a sociedade tem passado, embora, no fundo, saibamos que somos impotentes, pois o problema da humanidade não se resolve com leis.

O problema do homem está dentro dele. Embora rico, transformou-se em um miserável, pois resolveu virar as costas para Deus. Tudo foi criado por Deus para o nosso prazer. Nós, como filhos dEle, temos direito à sua herança. Se os homens tivessem conhecimento da grandeza e das verdades constantes da Palavra de Deus, entenderiam que Ele sempre tem o melhor reservado para nós.

Privamo-nos de tudo o que Deus tem reservado de bom para nós, simplesmente pelo fato de não O conhecermos. Homens têm o coração endurecido e quando têm um encontro verdadeiro com o Senhor, tornam-se amorosos; aqueles que vivem da prática de crimes já não tornam a delinqüir; enfim, quando o homem se voltar novamente para Deus, a humanidade se transformará. Não haverá necessidade de leis punindo este ou aquele comportamento, pois o homem, naturalmente, terá em seu coração o desejo de não fazer o mal.

Tenha certeza de que, no dia em que a humanidade fizer a opção de retornar aos braços, ao aconchego de seu Criador, já não haverá mais necessidade do Direito Penal. Que Deus abençoe você! Rogério Greco

segunda-feira, 5 de setembro de 2011


Já são quase quatro meses sem postagens. Não que eu não tenha nada importante a compartilhar ou que tenha ficado todo esse tempo sem escrever nada. Acho que a ausência de publicações se deve mais a este período de mudanças do que a qualquer outra coisa. Comento com a Sheilinha, que é quem está literalmente ao meu lado no dia a dia: “Cortei os longos cabelos, aboli as unhas compridas, coloquei alguns pontos finais, alguns pingos nos i’s, parei de beber cerveja, emagreci 8kg e mudei de atitude”. Continuo a mesma Lidi, chorona, emotiva, amiga, com TPM, que gosta de estudar, de trabalhar, de estar com a família e com os amigos. Mas algo em mim mudou, ainda não sei bem o quê e se a mudança é para melhor, mas tem sido bom...
Atrai desse modo coisas boas. Tenho que acreditar nisso. E acredito! Tudo que vem, vem por uma razão, vem para ensinar, vem para somar... Se assim não for, a culpa é minha.
Fim de relacionamento, seja ele qual for e de que tipo seja, é sempre fim e fim é doloroso. Só o fim do sofrimento não é. E relacionamento sofrido tem mais é que a acabar. E não é que acaba? Acaba quando a gente quer o fim. Quando a gente quer o ponto final, a página virada, a vida nova. E eu quis!
Uma das melhores coisas da vida é ficar só. Você pode ouvir as músicas que quiser, pode ficar com a casa arrumada ou bagunçada, pode se vestir bem ou confortavelmente, ficar com salto alto ou de pé no chão... Nunca fui do tipo que precisa estar colada em alguém, gosto de ler meus livros, ver meus filmes, arrumar meu quarto quando bem sentir vontade, ouvir meus sambas, meu Chico Buarque, minhas músicas católicas e muitas dessas coisas não dão para fazer acompanhada, só dá para fazer só...
Mas aí vem o destino, os astros ou o próprio Deus e muda tudo o que você tinha planejado. O que fazer diante disso? Acordar com um sorriso gigante em plena segunda? Isso mesmo. E por quê? Porque o fim de semana foi especial, cheio de bons encontros...
Li logo cedo, em um livro de cabeceiras, uma frase atribuída a Nietzsche: ”Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia!” Muito prematuro avaliar se duradoura tal companhia será, mas verdadeira foi. Pelo menos de minha parte. E pelo menos eu senti isso na doação de um abraço aconchegante... e viva os apertos de mão acompanhados de olho no olho.

quinta-feira, 26 de maio de 2011



Hoje não acordei muito bem. Nada físico, só cansaço resultado das madrugadas sobre os livros...Dia feio, tímido, sem sol. Amanheci chorando. Um pouco de cólica, de saudade... Meio chuvoso, chuva me traz uma melancolia, mas gosto do frio... Uma vontade de pensar sobre as coisas, uma vontade de fazer mais por mim, por você, por todo mundo. De ser melhor, no meu trabalho, com minha família, com meus amigos, com meus estudos... Mas Sem muita disposição para isso.
Questionei de novo minhas escolhas e sempre esqueço que elas estão bem aqui, no coração. Não pense que está no colo de um, na mão de outro. Não se adie, por favor. E não se entregue. Aconteça o que acontecer: não se entregue! Não mude seu jeito por ninguém. Mude suas caras, bocas e trejeitos se quiser, quando estiver a fim. A gente é o que é, e quem não gosta, paciência. Não se traia, não se mude, não se mova. Seja você.
As vezes penso que deveria gostar mais de mim. Mesmo com minhas estranhezas, carências de todos e gêneros e incertezas. Mesmo com meus medos, e eles são tantos, principalmente quando a madrugada chega e o sono não. Tenho medo!
Quanto mais o tempo passa mais percebo o quanto somos pequenos. Tão pouco. Temos tanto o que aprender, o que conhecer. E ao mesmo tempo ficamos estagnados, petrificados. O mundo não para de rodar, nos obriga a decidir, a partir, a ficar, a voltar. E ninguém pergunta o que você quer, como você se sente, o que pretende, o que sonha, se está feliz, satisfeito, se existe algum jeito. Melhor se contentar que há pra tudo um remédio, saída, solução?
Reflita. Se perceba. Se decida. E procure ser feliz hoje. Buscar você mesmo em algum canto. E abraçar, beijar, seguir em frente sem olhar o que ficou e ficará!

segunda-feira, 23 de maio de 2011


Eu sei que deveria olhar para minha própria vida e para meus erros antes de sair por aí dizendo coisas inacreditáveis sobre os outros, antes de querer ser a mulher maravilha imbatível, que sei que não sou, mas tento parecer ser. Mesmo assim por favor, me respeite. Até porque eu nem sempre me respeito e preciso que você faça isso. Muitas vezes me passo a perna, puxo meu próprio tapete, esqueço de mim e de tudo que eu quero, me maltrato. Muitas vezes me machuco de propósito, quando posso evitar e não o faço. Faço-me sofrer gratuitamente. Saboto-me. E me arrependo e me arrependo. Arrependo-me, mesmo. Tento me pedir desculpas, algumas vezes me perdoei, não adianta a gente carregar uma cruz pesada, insuportável, não adianta a gente bater com a cabeça na parede e se ferir, a gente tem que se perdoar. Então, me perdoei.
Posso pedir uma coisa para você? Me perdoe também. Desculpa se às vezes falo sem pensar, se vomito as coisas de uma forma boba, se pareço criança mimada e estúpida, se sou tão cabeça dura a ponto de ficar cega. Desculpa se às vezes fico surtada, emburrada, chorona e carente. Desculpa se meu orgulho é um dos meus piores defeitos. Desculpa se tenho um lado crítico bem mais forte do que deveria. Desculpa se sou ciumenta com as minhas coisas, com minhas amigas e com meus livros. Desculpa se nem sempre eu sou doce como você espera que eu seja. Desculpa se muitas vezes eu faço birra como se tivesse cinco anos de idade. Desculpa se eu não sou uma pessoa tão boa assim. Desculpa, desculpa mesmo. Desculpa se tenho sentimentos estranhos como ira, inveja, preguiça e todos os outros sete pecados capitais reunidos. Desculpa por ter os defeitos que os seres humanos têm e eu não gosto de tê-los!
Quantas vezes eu me culpo: Por que eu não fui mais forte? Por que não segurei a onda? Por que que eu tinha que chorar naquela hora? Na frente de todo mundo? Por que sempre acho que se minha mãe estivesse viva as coisas seriam mais simples? Por que eu não consigo superar essa ou aquela dificuldade? Quantas e quantas vezes me sinto pequena, diferente, louca.
Hoje acordei e me perdoei por ter chorado de medo tantas e tantas vezes e ter sido mal agradecida. Não enxerguei o sol que se escondia atrás das nuvens, não me coloquei no meio da situação como tantas vezes o Leo me ensina. Hoje, aprendi que posso conviver com isso. E que sou mais forte do que fui ontem! Perdoe-se você também e seja mais forte hoje do que fostes ontem! Paz no coração dos homens de boa vontade!

"A dor não pede compreensão, pede respeito. Não abandonar a cadeira, ficar sentado na posição em que ela é mais aguda..." (Fabrício Carpinejar)

domingo, 8 de maio de 2011



Se pudesse escolher mudar algo em mim talvez escolhesse sentir menos e menos e bem menos... Seria bom não ser tão intensa. Não precisa de tanto. Mas não adianta, já fiz promessas de mudar, de aprender a ligar aquele botãozinho do F@#%*, mesmo assim tudo me atinge, me consome de uma maneira arrebatadora, me violenta, me enche de uma alegria estonteante, me faz derramar lágrimas e mais lágrimas e me maltrata de uma forma absurda. Tem jeito não, nasci para ser dramática e intensa.

Estou fadada a ser maltratada. A vida maltrata quem sente demais, acabo sofrendo mais do que quem leva a vida com leveza. Tudo me importa, tudo é exagerado e tudo é sentido no corpo e na alma. E se quem sente muito tem a alma maior que as outras, a minha ultrapassa os limites de mensuração.

Estou longe, mas beeeeem longe mesmo de ser alguém sem defeitos, mas eu sempre agi de acordo com o que o meu coração manda. Depois de algumas decepções eu titubeio certas vezes, penso em agir com a razão e não correr o risco de ser enganada de novo, mas sempre volto atrás.

E essa mania de sentir tudo me faz até sentir dores que não são minha, tomo as dores dos outros, sofro por eles, me preocupo... Mas eu sou assim, esse é meu jeito, eu sempre fui assim e acho vou ser assim para sempre. Acho que não seria tão bom assim ser menos intensa. Já que é para viver que seja assim: INTENSA! Melhor que passar a vida empurrando tudo com a barriga, sem ligar para o próximo, sem se importar com nada, nem com ninguém.

Não sei se as circunstâncias e situações da vida me fizeram ser assim, se eu nasci assim, se o mundo e as pessoas quiseram que eu fosse assim. Só o que sei é que eu SINTO. A realidade me consome e meus sentimentos são intensos e avassaladores, é isso... E basta!

"Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias." (Fernando Pessoa)

sábado, 7 de maio de 2011

Sobre o dia das mães...



Não gosto das festas comerciais, essas que o capitalismo nos impõe goela abaixo. Mal passou a Páscoa já enlouquecem mudando as vitrines. Saem os coelhos com seus ovos de chocolates e entram mulheres com aspectos de ternura. Nada contra a comemoração, mas tenho minhas implicâncias. É assim com o Natal, dia dos namorados (esse é o pior de todos, oh diazinho mais besta, mais sem motivos para comemorações), dia dos pais e das mães. Tenho enorme e desmedida admiração ao ato materno, tanto que aos 19 anos resolvi me submeter a ele sem ter gerado a criança a quem cuidei (e cuido) como minha. Mas não gosto de ser obrigada a comemorar algo só porque é convencional.

Essa semana conversei muito com uma amiga do trabalho que perdeu a mãe recentemente e temia a data de hoje. Nesse ponto deixo meu romantismo e minha doce forma de me expressar de lado, baixa o super sincero e digo na lata: Doi não ter mãe para comemorar, nem para se desesperar no sábado à tarde porque não comprou o tal presente que a publicidade insiste em afirmar que você tem que comprar. E essa dor vai durar enquanto você estiver viva.

Nunca comprei um presente para minha mãe. Quando ela morreu eu era uma criança e o máximo que dei a ela nos poucos anos que vivemos juntas foram aquelas lembrancinhas de escola. Lembro que o último foi um caderninho de receitas que até outro dia eu usava para preparar algumas delas. Fico vendo minhas amigas saírem para o shopping com suas mães e penso que se fomos, eu e minha mãe, juntas ao shopping alguma vez, definitivamente eu não me lembro.

Nada de questionar os desígnios de Deus. Mas de refletir sobre o verdadeiro motivo de comemoração, que em minha opinião devia definitivamente mudar de nome e passar a ser somente HOMENAGEM. Fica aqui a minha homenagem, o meu CARINHO, meu eterno AFETO e AGRADECIMENTO a TODAS vocês que foram em MUITAS ocasiões a MÃE que Deus não permitiu que eu tivesse... Em primeiro lugar minhas tias que são minhas mães até hoje, meu refugio e exemplo maior: Marlise, Jacqueline e Noemi. A minha madrinha Maria Clara. Às minhas amigas mamães Lucélia, Suele, Sheila, Simony, Cris, Luciene, Tati, Raquel, Luciana, Macelinha, Suzzy, Dani, Fernanda, Francy. Minha Irmã e minha querida prima Cristina e a todas as mães dos meus amigos que generosamente me acolhem Cida, D. Glória, D. Z, Regina, Ana, Eva e Cissa (Que generosamente me intitula a filha que Deus não deu a ela... “Sua filha” te ama!) FELIZ DIA DAS MÃES A TODAS VOCÊS!!!

sábado, 30 de abril de 2011


Olha eu de novo pensando naquele papo de que tudo passa. De tudo tem a hora certa. De que o tempo cura tudo. Será mesmo? Já ouvi (e falei também) tantas vezes: “Fica assim não, vai passar!”. E agora eu pergunto: Tá, vai passar quando? E tal hora certa, foi por acaso expulsa da cronologia da minha existência?

Não adianta só acreditar que vai passar. Tem horas (e essa é uma delas) que se apegar a isso é muito pouco. O que queremos mesmo é saber a data certa: dia, mês, ano e hora. Que eu sou forte e aguento esse tempo chegar, disso eu sei, senão já tinha sucumbido. Mas até essa fortaleza toda se pergunta quando acaba essa angústia, essa dor que não cessa...

Eu fico aqui com a companhia da noite, o vento e o vazio que nunca será preenchido. Junto com os fantasmas que assolam e assombram aquele mundo, aquele pensamento que pede para que a hora certa breve seja.



"Dizem que o tempo ameniza
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade
É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria!"

(Emily Dickinson)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

" Este corpo no final será misturado com a lama. Porquê permanecer na arrogância?" (Kabir)
A Ju sempre tem uma observação sobre o meu modo de criticar as coisas e as pessoas. Ela sempre se compara a mim quando está assim, muito observadora e exigente. O Eduardo ainda nem me conhece direito e outro dia comentou sobre o meu olhar crítico, como ele mesmo definiu esses meus apontamentos sobre pessoas e situações. Hora de pensar no limite entre a diferença entre ser arrogante e ter um teor crítico apurado.
Não me considero arrogante. Hoje, num treinamento no meu trabalho, outro Eduardo falava sobre o que a gente considera e sobre o que de fato o outro pensa sobre a gente. Fiquei com medo de parecer arrogante e me assemelhar a seres esnobes que eu abomino. Difícil limite, complicada reflexão.
Pensei que talvez fosse melhor mesmo ser mediana, não faria tanta diferença nesse mundo em que quase tudo se aceita. Talvez, quem sabe se o conformismo fosse meu companheiro, as coisas não seriam mais fáceis para o meu lado?
Para quê tanta persistência, tanta indignação diante do que não se concorda? E por que não se concorda? Por que eu tenho que questionar o tempo de 2h para se realizar uma prova que merecia o dobro? Por que eu não acho normal as pessoas furarem fila ou andar no acostamento só para se livrarem do engarrafamento? Por que eu fico tão magoada com a maldade do ser humano se eu aprendi na pele que ele é ruim por natureza?
Mesmo falha, mesmo caindo e tendo que bater a poeira do corpo e seguir em frente com minhas derrotas e sabendo que sou muitas vezes injusta e ingrata não consigo achar certas coisas naturais, assim como é o envelhecer. É, envelhecer é natural, a morte é natural, vai acontecer quer queira, quer não, não dependem da nossa vontade, mas o que o homem pode modificar, geralmente ele estraga, torna pior...
E não há, por enquanto, nada que me faça mudar. Sigo por aqui admitindo minha própria precariedade, meu pouco amor próprio, meu excesso de autocrítica e de crítica alheia. Sigo reclamando das roupas que visto, das raivas que sinto, das dores e da mágoa que ainda carrego e apesar dos pesares ainda persisto.
Só peço a Deus sabedoria e humildade suficiente para não me tornar ou não parecer arrogante, soberba...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pequeno inventário de sentimentos

Dica: Assista o vídeo e só então leia o texto...
Acho que nunca contei a ninguém, mas eu choro (literalmente) ao escrever cada texto destes que coloco aqui. Vários outros foram escritos e não estão aqui. Certeza que não houve lágrimas. E por isso aqui não cabem. Não que este seja o critério merecedor escolhido por mim para que possa ocupar essa página, mas é que certamente não mexeram comigo e se não mexem não tem razão de serem publicados.

O de hoje, especialmente, mexeu muito. Desde ontem escrevo uma linha e paro. Não é culpa da ausência de inspiração, pois a matéria prima deste é para lá de inspiradora. O motivo é que envolve tantos sentimentos virados e revirados que me falta as palavras certas e o encaixe perfeito que faz jus.

Amo ter por perto o sorriso mais sincero que passou por minha existência e que só o Gut sabe oferecer sem cobrar nada em troca. Adoro como a Karen me diverte, me acalma, joga minha auto-estima lá em cima e me perdoa com uma facilidade ímpar, mesmo quando a deixo sozinha na boate e vou embora com um recém conhecido. Mas o que eu gosto mesmo nela é a maneira de dizer coisas sem pudor com o olho direito carregado de malícia e o esquerdo de ingenuidade de alguém que só quer ser feliz e nada mais. Gosto da sinceridade genuína da Adriana e do abraço sempre carinhoso do Raphael. Me conforta a presença forte da Cleo na vida do rabujento e adorável Uilson, que sempre sintoniza a maneira engraçada de se comunicar com a seriedade nos momentos necessários. O motivo do post além de declarar mais uma vez o meu amor incondicional a vocês é sem dúvidas um manifesto de agradecimento a Deus e a vocês por tudo que são e que se permitem. Não esqueci do Leo, nem da Denise, mas é que falar de si mesmo é complicado e vocês são o que eu sou... Ou pelo menos o ser-humano que eu gostaria de ser, assim mesmo com esse monte de defeitos, mas carregados de qualidades e sensatez. Mas e a Ju? Mais complicado ainda pois ainda não há na língua Portuguesa adjetivo capaz de qualifica-la. Muitos falam da doçura, até exagerada, da maneira como conduzo os meus relacionamentos. Isso porque não conhecem ou não conviveram com a Ju. Que me ensinou o significado de tantas palavras (nem estou falando da PICAMALÁCIA) que eu sabia que existia, mas nunca tinha vivenciado os verdadeiros significados como por exemplo: decência , retidão e equidade. Que o que nos une seja eterno enquanto dure e que dure infinitamente.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

E eu que...


Como um efeito de mágica ou de retrocesso de afeto, aquilo que em outras noites a fez sorrir com a mais branda das ternuras, agora começa a sumir.

Aquilo que a fez mergulhar num mar de prazer agora escorre ralo abaixo. Como pude deixar isso acontecer? Logo eu, que amo com todo o significado que esse nome carrega. Acordei e já não encontrei mais o amor que estava ali há poucas horas.

Eu que acordei com desamor, não me arrependo. Amei secretamente e deixei de amar ao ser descoberta. Amei porque era distante e deixei de amar porque se aproximou. Eu que amo as coisas simples e os pequenos gestos, me desagradei com as grandes demonstrações de afeto

Eu que sempre tive muito mais medo de ser amada do que de amar. Muito mais medo da entrega do outro do que da minha própria. Acordei prometendo não amar mais até o próximo amor que mereça esse desvario.

Eu que sempre demonstrei demais, acordei com a frieza dos sensatos. Eu que escrevo lindas cartas de amor acordei e me desnudei em um duro bilhete de desamor.

Eu que me aproprio do amor sentido pelos grandes poetas e compositores não encontro mais as palavras certas para demonstrar o significado de algumas sensações.
 
"Sou a esperança perdida, o sonho não realizado.
Sou o desamor que ainda ama.
A alma que perambula por sua vida." (Sergio Fajardo)