sábado, 30 de abril de 2011


Olha eu de novo pensando naquele papo de que tudo passa. De tudo tem a hora certa. De que o tempo cura tudo. Será mesmo? Já ouvi (e falei também) tantas vezes: “Fica assim não, vai passar!”. E agora eu pergunto: Tá, vai passar quando? E tal hora certa, foi por acaso expulsa da cronologia da minha existência?

Não adianta só acreditar que vai passar. Tem horas (e essa é uma delas) que se apegar a isso é muito pouco. O que queremos mesmo é saber a data certa: dia, mês, ano e hora. Que eu sou forte e aguento esse tempo chegar, disso eu sei, senão já tinha sucumbido. Mas até essa fortaleza toda se pergunta quando acaba essa angústia, essa dor que não cessa...

Eu fico aqui com a companhia da noite, o vento e o vazio que nunca será preenchido. Junto com os fantasmas que assolam e assombram aquele mundo, aquele pensamento que pede para que a hora certa breve seja.



"Dizem que o tempo ameniza
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade
É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria!"

(Emily Dickinson)

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